Natal a rir...

Inverno para vir!...

Nas duas últimas semanas a chuva deixou-nos e o frio instalou-se, mas com com magníficas tardes de sol nos últimos dias que nos fazem sentir novamente os aromas dos néctares e nos alegram as visitas do final do dia. O frio por esta altura provoca os prejuízos habituais, mais sentido  nas colmeias mais débeis, levando à retracção das colmeias no ninho de criação, com quase  paragens de postura, passando as abelhas a depositar néctares nas câmaras de criação, encravando ninhos e impedindo o seu desenvolvimento...

No fim de semana por cada ninho que abri, substitui dois ou três quadros de mel por quadros de cera moldada permitindo-lhes a postura que provavelmente não ocorrerá se continuar o frio... passando a ser depositórios de néctares colhidos nestas tardes soalheiras...

Globalmente não foram semanas de colheita de néctares, na Mata cheguei mesmo a alterar a reafetação de alças e a distribuição de alças no Cabedelo, Sargaçal e Portovedo... foi simbólica...

Com este Natal assim a sorrir  temo que o inverno que esteja pr'a vir nos traga dissabores...

Umas melhores... outras piores,

estão bem e recomendam-se!

Assim vai o ano!

Tipicamente temporão, húmido, sem temperaturas muito frias, com muita floração de eucalipto... com muita criação e grandes níveis de colheita de mel...

Na Mata, onde iniciei a deslocação de colmeias até chegar às que não poderia mexer sem lhes retirar material, estão muito boas, assustadoramente fantásticas!...

Segue-se o Portovedo, o Sargaçal e o Cabedelo.

Já foi comprar alças novas que serão previsivelmente distribuidas nos próximos dias, embora as duas últimas semanas tenham sido de grande instabilidade e chuva...

 

Mais do que o habitual tenho que registar algum recrudescimento da população de varrôas em algumas colmeias, consequência duma provavel menor eficácia do produto que este ano utilizei... Que aliás, tem sido a principal razão dos piores desempenhos... 

Como normalmente as melhores estão cada vez maiores e as piores cada vez mais na mesma. É natural...

Concentrar ou Espalhar

Sedentarizar ou Transumar

Esta semana por acaso encontrei um amigo que tem  umas colmeias lá p'ra serra, que já não via há anos. Contou-me novidades locais de doenças sem fim e de enormes desgraças!... Um pouco a confirmar o que um outro confrade com apiários próximos do meu apiário na serra me relatara no último verão a propósito de uma determinada epidemia!...

Cruzei com uma outra conversa que o pai me trouxera ontem à noite acerca de determinados sintomas regionais e fiquei apreensivo!

Afinal eu tenho tido uma estratégia de concentração  de apiários numa determinada região, rentabilizando deslocações, mas tornando-os mais vulneráveis à propagação de uma determinada epidemia entre eles... Tenho que me espalhar!...

As colmeias transumadas em regra têm dado origem a novos apiários quando regressam da serra, como que passando período de quarentena e este ano tudo correu bem, mas estou deveras preocupado com os riscos que se corre na transumância especialmente na importação de doenças desses locais, obrigando-me a realizar uma maior e cuidada investigação anual sobre os futuros  destinos de transumância!...

Questiono-me até se valerá a pena correr o risco com tanta desgraça!...

Mas em boa verdade os confrades que por esta altura para cá se mudam, também as podem importar, portanto, sem nada para isso fazer, mais cedo ou mais tarde,  por todas as desgraças seremos visitados...

"Que estranha forma de vida

Tem este meu coração... "de apicultor!

No dia em que todos evocam o Fado, oficialmente distinguido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, ocorre-me este tema cantado por Amália para descrever  a minha relação com a apicultura...

Nos últimos fins de semana com a melhoria das condições climatéricas, os maneios têm sido intensificados e provavelmente cada vez serão mais esgotantes...

As colmeias estão a iniciar o seu processo de explosão e se estas temperaturas amenas se mantiverem, tudo poderá ser muito complicado... Hoje na Mata e em Portovedo coloquei várias alças na posição 4 e as médias são altas para a época...

Por ora demora-se 2 a 4 minutos por colmeia, mas em breve será entre os 10 e os 15 minutos quando no controle da enxameação  começar a catar mestreiros que aliás já se mostraram hoje... não falando das outras preocupações que gostaria de implementar ainda este inverno se o tempo o permitir...

Por todo este fado, só posso cantar: "Que estranha forma de vida, tem este meu coração..."

http://www.youtube.com/watch?v=uFgctURyGp4

Ascosferiose

O que eu não seu explicar...

Na descrição de muitas das doenças das abelhas, aparece como comentário ao diagnóstico: "sem tratamento",  como que para tranquilizar o apicultor, como que dizendo não perca grande tempo... desfaça-se disso quanto antes!...

A ascosferiose, consoante a época do ano, manifesta-se sempre nos meus apiários, digamos que uma  ou duas colmeias em quarenta, apresenta a doença, embora nesta época do ano esteja tudo limpinho... São colmeias em regra marginalizadas, a maioria das vezes depois de uma intervenção que as conduza ao material mínimo, isto é à redução de quadros ao mínimo necessário...

O ano passado, no apiário da Mata , quando as temperaturas subiram na primavera, uma das colmeias de mestra espanhola revelou-se com grande infestação a ponto de eu a marginalizar por completo, embora se revelasse muito trabalhadora e até lhe tenha tirado uma alça de mel das duas que encheu!... 

Ora em final de Setembro, sem qualquer intervenção minha, estava limpinha... Hoje é a melhor colmeia do apiário da Mata!...

Já tem tanto material que não sei como a vou tirar de lá!...

Provavelmente não vou, porque não lhe quero retirar material vivo e ceras que possam ser portadores de esporos.

Apicultura vrs. Varrocultura

Arte de criar abelhas ou de multiplicar varrôas!...

Não posso dissociar a criação de abelhas da excepcional sensibilidade que o apicultor precisa ter, para além do conhecimento, para ser possuidor da habilidade necessária aos maneios adequados  ao êxito da sua produção!... Concordo por isso que a designem como arte não podendo esquecer que vai muito para além... devendo esse  conhecimento disperso por tantos "artistas"  ser registado em escrita!

Mas esse êxito está irremediavelmente ligado ao controlo da população de varrôas nas colmeias.

O apicultor tem que ter sempre presente que é um criador de abelhas e de varrôas e que o êxito duma é a desgraçada da outra!...

Iniciarmos a época da colheita sem a população de varrôas controlada, pode abalar a produção e aumentar significativamente a carga de trabalho e até, se faltar habilidade e tempo, à perda de efectivos...

É neste contexto que me custa entender as displicentes políticas sanitárias na apicultura... mas eficazes na varrocultura

Tenho o armazém meio cheio

ou meio vazio...

Este ano sem dar muito por isso acabei por admitir um aumento na população de colmeias na ordem dos 40%, consequência da produção de mestras em final de época... e não conseguir dizer basta, impondo um limite!

Por ora não me tenho recriminado mas quando no Sábado fazíamos contas ao número de alças distribuídas que acabava de igualar o número de alças em armazém que é o mesmo que dizer que tenho menos de 2 meias alças  para distribuir por colmeia fiquei apavorado, imaginando que dentro de dois meses estarei provavelmente a meter-me em despesas, a menos que engendre uma nova estratégia!...

Dias de Chuva

são de loucura e puro stress...

Nas últimas semanas a chuva tem estado quase sempre presente, com dias de intensas chuvadas ou de chuvas moderadas entremeadas de bátegas de alguns minutos que  deixam qualquer humano desprevenido encharcado num segundo...

Questiono-me como verão elas este tempo que todos detestamos mas que é aproveitado até à morte...

Perfeita loucura e de grande stress!...

Hoje a meio da manhã foi a Cabedelo buscar os óculos que ontem por esquecimento deixei uma vez mais em cima de uma colmeia!

Chuviscava e elas trabalhavam incessantemente, num desafio à chuva e risco permanente de vida.

Depos de apanhar os óculos numa corrida, fiquei no carro a observa-las, a ouvir as notícias e a confirmar os efeitos devastadores das bátegas de chuva que em períodos mais longos, impediam muitas abelhas de atingir a entrada da colmeia!...

E nem por isso elas param de saír!...

Não tenho forma de as convencer do contrário e prevejo portanto que a próxima semana com previsão de chuvas moderadas e temperaturas amenas será uma semana de grande devastação na população das colmeias!...

Acabou!

O Apiário da Mata...

Hoje ao início da tarde, recebi a visita do filho do meu vizinho na Mata!

Não o conhecia antes, ao contrário do pai que me fazia visitas frequentes, me obrigava a parar os maneios para que as abelhas não o picassem, deliciando-me com as suas histórias e com as minhas próprias lições de apicultura que ele parecia de igual modo apreciar!...

O meu apiário era também o vizinho mais próximo, pouco mais de 120m... visita diária obrigatória, dizia o velho Manuel Esteves!...

Foi assim durante seis anos, um apiário de grandes recordações!...

O filho Esteves que vive no apartamento no centro da cidade, reclamou dum suposto aumento do número das colmeias... são agora menos de um terço do que já lá tive!...

Reclamou dos dejectos delas, provavelmente a mais de 130m, por sujarem o carro novo das visitas, (que estacionam à porta), mancharem a tinta do muro e... balelas...
Expliquei de modo claro  das razões de tal ocorrência, nesta altura do ano, e... estendi a mão...

Despedindo-me com um: - Eu tiro-as, começo já amanhã, porque não as tenho para que elas transtornem os vizinhos!

Acabará até ao fim do ano!

Vida dura

a do apicultor!

A chuva  veio esta semana com vento e elas tiveram que parar... retomaram no final da semana.

Aproveitando a  paragem fiz algumas mudanças nos apiários, com o movimento de colmeias entre apiários, corrigindo localizações de forma a permitir o acesso do carro o mais próximo das colmeias, melhorando exposições e uniformizando o número de colmeias...  

Ontem, como elas, retomei  os trabalhos nos apiários e conclui a volta depois dum esgotante trabalho durante todo o dia de hoje!

Foi a reorganização da posição dos quadros no ninho e ou nas alças, substituição de ceras velhas por quadros  de cera nova, distribuição de alças, substituição de caixas podres... uma trabalheira que terminou já noite!...

O trabalho delas tem sido magnífico, não me lembro dum arranque tão rápido como este!

Mas em boa verdade se diga que a minha memória já não é o que era!...

Como é habitual, as melhores disparam e as mais atrasadas lá se vão compondo... e a manter-se este ritmo, tendo presente que este ano tenho um aumento de cerca de 50% do efectivo de produção, prevejo que o meu stock de alças, (meias-alças), seja distribuído antes do final do ano e terei que me ver em despesas!...

Mas nem tudo é flor de eucalipto!

Persistem ainda algumas  infestações de varrôa que me preocupam e desesperam em trabalhos...

Um sol de Verão

e uma chuva de néctares...

Tem sido assim estas duas últimas semanas, um sol excepcionalmente quente que nos faltou em Agosto teima em não nos deixar, elevando as temperaturas,  incendiando-se o país de norte a sul... 

O eucalipto floresce por todo o lado, talvez acelerado pelas noites húmidas e as colmeias encheram os seus ninhos e subiram às alças em poucos dias!...

Hoje ao final da tarde, quando na inspecção dos quadros os inclinava, parecia  derreterem-se em néctares, denunciando as elevadas quantidades de néctares que terão entrado estes dias. 

Tive necessidade de sacudir as abelhas de dois quadros, fi-lo por precaução dentro da colmeia, mantendo a posição vertical do quadro e correu mal!... Foi ver um monte de abelhas encharcadas na base e os néctares a escorrer em fio pela tábua de voo! 

Os cheiros nos apiários são de uma intensidade poucas vezes registada e são a expressão dum arranque de ano apicola com uma entrada  de néctares excepcional! 

Vamos ver onde isto nos leva!...

Inicio de um novo Ano Hidrológico

Um novo Ano Apícola!

A 1 de Outubro inicia-se o novo Ano Hidrológico e com ele um novo Ano Apícola na minha região...

Como habitualmente com o início da exposão provocada pela floração do eucalipto!...

Os apiários que viram os primeiros eucaliptos a florir são os que agora se encontram relativamente melhor. Assim, o da Mata, onde os eucaliptos tradicionalmente são os primeiros a florir, está agora transfigurado, as colmeias estão em início de explosão e é o melhor apiário, segue-se o  Sargaçal, Portovedo e Cabedelo...

Para quem acompanhou a agonia do Agosto e Setembro, a perda de população, a fome e os ataques das varrôas, a chegada do eucalipto é uma alteração verdadeiramente ciclónica!...

É do oito para o oitocentos, do preto para o quase branco!

Deixarei de passear pelos apiários e passarei a trabalhar esforçadamente na inspecção do desenvolvimento das colmeias...

Hoje foi um daqueles dias que começou cedo e acabou bem tarde, com dores de costas e de pernas calores nas articulações e arrepius febris, começo a pensar que o físico provavelmente, como todos os que me antecederam, será a causa próxima para a redução do número de colmeias... ou abandono da apicultura...

Mas o maneio de proximidade nestas alturas faz toda a diferença, quando se tem uma colmeia demasiado pequena para tanta entrada de néctares... ajudar à explosão, substituir as ceras e reposiciona-las, dar espaço, dar espaço e dar espaço... é fundamental!

Admito que exagere... por as ter ao pé da porta?!... Porque na serra, na colheita da urze,  só lá vou ao final do mês e o meu vizinho serrano diz-me que isso não é maneio!... Rio-me!

As vespas exterminadoras de abelhas

Vão ganhar a guerra!

As vespas asiáticas conheci-as pela primeira vez este ano!

Cruzo-me com elas por todo o lado mas é sobretudo nos apiários que elas se revelam como predadores implacáveis! Chegam aos apiários em grupo e em regra aproximam-se da mesma colmeia ou conjuntos de colmeias em zig-zag até à captura... mas também alteram a estratégia, ora sobrevoando em voos rasantes as manchas de flores de urze cheias de insectos, ou circundando as colmeias procurando surpreender na aproximação pela lateral á entrada da colmeia.

Se sentem agressividade na minha presença rapidamente se afastam e demoram a voltar...

São a atracção dos apiários que estão agora enfeitados com armadilhas  de vespas que inspecciono contando o número de capturas diário...

Depois, de ouvido bem aberto, percorro o apiário com o olhar para ver onde ocorrem os ataques, e lá vou eu de raqueta na mão e em poucos minutos a caçada  supera as capturas das armadilhas...

A população de vespas, para um primeiro ano, é muito grande e não me parece que a minha acção de caçador de vespas  tenha qualquer expressão na redução presente ou futura... convenço-me estar perante uma invasão dum insecto muito resistente, rápido para o tamanho que possui e provavelmente com poucos predadores... e que num futuro próximo poderá ter consequências muito graves na apicultura.

A calluna vulgaris

A surpreender-me mais uma vez!

Desde o início do mês que o Cabedelo mais do que os restantes apiários se vestiu de rosa, da calluna...

Tenho notado algumas mexidas pela fresca mas nada verdadeiramente impressionante.

Até ontem, o final de tarde mais notado foi há uma semana; já não se via o sol, a maioria das colmeias como que explodiu de abelhas que se espalhavam pelos urzais envolventes, provocando um misterioso zumbido, duradouro, longínquo e sempre presente,   e onde quer que olhasse encontrava urzes a serem abanadas por abelhas, num espectáculo que terá tido a duração de pouco mais de meia hora até ser noite. Na altura comentei para mim que estas saídas quase nocturnas só poderiam conduzir à morte de muitas das abelhas que se iriam desorientar...

Ontem ao final da tarde depois dum dia insuportavel de vento em que elas praticamente não saíram, foi a Cabedelo dar uma rodada de alimento e deixar-me surpreender pelo movimento na urze...

O vento ainda se fazia sentir e estava um frio insuportavel para quem vestia camisa de manga arregaçada.

O movimento das abelhas fez-me rapidamente esquecer o triste rastreio do dia anterior, a entrada de polén e o movimento  global em cada colmeia era admirável!  

Todos à espera...

do eucalipto!

Nestas três últimas semanas, de sol noites frescas e algum vento, o desenvolvimento dos apiários tem sido diverso mas as diferenças relativas no desempenho agravam-se! 

O Cabedelo este fim-de-semana teve as primeiras baixas, registando-se aí uma generalizada redução da população das colmeias, em alguns casos uma preocupante redução! Os ninhos de um modo geral apresentam-se desprovidos de reservas e a criação situa-se entre os dois e três quadros...

A situação no Cabedelo é verdadeiramente incompreensível  quando a  800 e a 1200 metros de distância, o Sargaçal e Portovedo respectivamente, têm um desempenho  de efectiva manutenção e em alguns casos de crescimento... se por um lado este cenário tempera a minha tristeza, deixa-me cheio de dúvidas e incertezas na compreensão destas diferenças e fenómenos...

É, confesso,  esta falta de respostas que parece revelar a minha ignorância nos maneios que  me desentusiasma a  desenvolver um projecto apícola sustentável e até a manter-me apicultor!...

Custa-me aceitar a indeterminação em torno desta actividade que reconheço ser transversal a qualquer actividade agricola e portanto tento convencer-me que não tenho outra alternativa que não aprender a viver com esta certeza!...

Os eucaliptos continuam a sorrir com os seus botões prateados que em alguns locais já se mostram. Embora os tenha avistado distante dos meus apiários espero ansioso como elas o início da floração para as poder aguentar sem grande esforço e até salvar... e dar-se ínicio ao crescimento!

Registos...

Na viragem!

O final do mês de Agosto  foi fresco e com alguma chuva, o suficiente para mais cedo que o habitual se dar o início da explosão da calluna vulgaris que pontualmente vai sendo visitada e também uma infinidade de outras flores de herbáceas que garantem as entradas significativas de polen cada vez mais bem notadas!

O Sargaçal distingue-se dos outros apiários!...

O pai vai teimando comigo já ter visto flores de eucalipto, e eu como de costume vou contradiando-o, à semelhança dos anos anteriores quer ser sempre o primeiro a dar conta das primeiras flores!...

O domingo passado carreguei as colmeias da serra para Portovedo, estão bem pesadas e cheias de abelhas!

Esta semana iniciei a alimentação artificial e dei uma rodada a todos os apiários.

Na minha guerra com as vespas gigantes  sinto-me derrotado, porque apesar das minhas produtivas caçadas, elas não param de chegar...

Tudo tão perto e tão parecido

mas tão diferente!...

No fim-de-semana dou a voltinha seguida aos apiários para avaliar o trabalho relativo.

Eles distam de meia dúzia de quilómetros e podem-se comparar movimentos com uma diferença de dezenas de minutos...

Os períodos e locais mais ensolarados fazem diferença no movimento das abelhas, mas não chega para justificar a grande diferença no movimento de apiário para apiário...

Nem a tradição da classificação do movimento relativo se mantém para esta época do ano!...

Serão pequenas especificidades florais muito próximas de cada apiário que condicionam o seu movimento e rendimento nas alturas de fome!!!...

O Sargaçal está muito bom, Enxemil bom, Cabedelo e Mata sofriveis...

Apiário de Portovedo

É o sexto!...

Ontem ao final da tarde fundei o sexto apiário!

Já estava a demorar, como se me faltasse trabalho, tinha que ser:  no carro já meio atravancado, carreguei  duas colmeias da Mata e duas de Enxemil e assentei  ferros!...

Será para lá que levarei as colmeias que ainda hoje trarei da serra, que sempre trago com receio de virem acompanhadas com alguma doença... e por ora assim ficará para verificar se é respeitado por quem por perto passa e se as abelhas apreciam o local que tem árvores a mais para o meu gosto e muita exposição aos ventos...

De todos os apiários é aquele em que depositei menos ânimo,  talvez pelo acesso e forte exposição, mas foi o receio de a qualquer hora ter que abandonar um dos outros que me fez prosseguir com a colonização para sul, já entrando no concelho vizinho.

Estou expectante!...

Zás Trás...

Mais uma...

Agora deu-me para isto!

Quando visito os apiários faço-me acompanhar da minha raqueta de badminton e não os deixo enquanto não apanho umas 3 a 4 vespas gigantes.
Também as chamam de v. samurais, v. do Japão outros dizem ser v. mandarinas e até v. do inferno...

Concordo com esta última designação, do inferno, porque são verdadeiramente infernais: elas aproximam-se das colmeias nas horas de maior movimento e apanham as abelhas com a maior das facilidades, às vezes duas e nem precisam pousar;  quando o tempo está fresco ou o movimento de abelhas não se nota, elas entram dentro da colmeia e num ápice lá vai mais uma abelha...

Fazendo contas à frequência com que elas chegam aos apiários, a caçada das vespas resulta numas centenas de abelhas por dia!...

É mais um predador a juntar aos existentes que não são poucos!...

Pois contra as infernais vespas, a raqueta de badminton tem sido a ferramenta mais eficaz... para além de me fazer recordar bons velhos tempos de juventude.

Agosto

Não lhes faz o gosto

Este ano o mês de Agosto nem tem sido muito quente, até se pode dizer que está a ser fresco.

O movimento de néctares é praticamente nulo e o polén  faz-se notar pela fresca: ao início e final do dia... 

Sem grande método, porque tenho estado sózinho, ao final da tarde e fim de semana, aqui e ali, vou abrindo algumas para tirar dúvidas e a situação repete-se: muita fome nos ninhos, postura reduzida, dum modo geral as abelhas não são muitas e algumas  manifestam  doenças de pequena expressão...

Sem dúvida que o Agosto não lhes faz o gosto...

Pimenta a gosto...

cada um toma a que quer...

Por esta altura do ano eu gosto de chegar ao final da tarde ao apiário e de mangas arregaçadas debruçar-me sobre as colmeias, sem fumo, sem o impecilho da máscara e do fato macaco, e desafia-las até ao limite, abrir o caixilho sem ruídos, suster a respiração às vezes e ir inspeccionando quadro a quadro sem que elas se irritem ou tenham que me picar...

Eu e elas ficamos ali distraidos numa sincronia de movimentos como que num módulo mútuo de poupança energética... é delicioso!...

Há um mês e pouco um amigo que me convidou a visitar os seus apiários surpreendeu-me quando já no apiário nos preparavamos para as ver e ele me dizia só usar fumo por altura da cresta, são das mansas pensei e a expectativa crescia à medida que me ía preparando...

Entrados no recinto ele dirige-se a uma e depois a outra e outra colmeias, levantando as coberturas e caixilhos violenta e rapitamente, empenhado em mostrar-me a pujanças dos seus enxames que transbordavam de abelhas e se abatiam sobre nós às centenas tentando picar e perseguindo,  de um modo assustador!...

Cada caixilho ou tampa fechada eram dezenas de mortes e eu ía repetindo assim não... assim não!...

Tentamos mais algumas como que numa segunda oportunidade de fazer bem, mas reparei que é assim que ele gosta delas... a picar muito, para lhe manter a adrenalina no máximo!...

Assim, não gosto!...

Duas semanas de férias

mas com abelhas...

As férias foram como sempre curtas, um salto ao sul, às terras do sol,  onde dediquei um final de manhã em visita ao mestre José Vicente e às suas meninas, onde me deliciei com as suas palavras sábias e toda a  concentração de conhecimento que o rodeia...

Foi uma visita curta de algumas perguntas à espera de respostas que me permitissem racionalizar a minha apicultura... mas onde a resposta mais repetida do mestre foi: "com muita paixão...", "é preciso paixão..."... Assim me tranquilizou: esta minha paixão é necessária e é para se manter.

Já em casa, dediquei-me às arrumações de final da época: foi à serra tirar o mel, tirei umas alcitas  que estavam esquecidas no Cabedelo, retirei alças vazias para armazém, fiz tratamentos contra varrôa, inspeccionei colmeias, reforcei colmeias com abelhas criação ou reservas, cozi os operculos,  enchi e rotulei os frascos de mel para os amigos e ainda houve lugar a algumas visitas comerciais... 

Chegaram os tempos de crise

aos meus apiários do litoral..

Foram duas semanas consecutivas de vento forte e frio para a época do ano.

As abelhas saíam pouco ao início da manhã para colher algum pólen.

A fome instalou-se e  está para continuar...

O alerta vem com as guerras na tábua de voo, as  abelhas  nervosas junto da entrada e as aparentes  tentativas de incursão dum tipo de polícias ladrões que vão bailando em voos de inspecção em torno da colmeia... em caso de dúvida abre-se o postigo da tampa, constata-se a perda de abelhas nas alças que ainda há duas semanas armazenavam quadros de mel...  

Veste-se o fato para tirar as dúvidas porque há casos preocupantes de  redução de abelhas nas alças, temos que ir ver o ninho!...

Foram inspecções saltitantes e todas confirmaram uma limpeza geral nas reservas e quebra generalizada  de postura!...

Tão diferentes em população e reservas do que acontecera há exactamente um ano!

De serra em serra

por elas e até elas.

Ontem foi dia de cruzar serras para visitar fornecedores e apicultores, rever lugares e paisagens  e finalmente atingir as minhas poucas colmeias que tenho na serra  que há mais de um mês não via!...

Desde a última visita neste meu segundo ano de serra, convenci-me que este seria um mau ano na serra pelo termo das maiores florações e as expectativas ficaram por baixo...

O material seria o suficiente e por lá ficaram mês e meio!!!

O tempo passa depressa e pude ficar surpreendido, porque estavam cheias!...

Para além dos contributos que tenho identificados, existem outros que ocorrem durante o mês de Junho, não menos importantes!

Os finais de época

são trabalhosos e às vezes tristes...

Por aqui o calor do Verão  leva as últimas flores disponíveis, os néctares e meladas escasseiam, a postura das mestras reduz-se substancialmente, registam-se algumas substituições espontaneas de mestras mais velhas e a varrôa ataca... A passarada, os ratinhos, os lagartos e os sardões juntam-se para o banquete...

Enquanto não liberto as colmeias das últimas alças vazias, e das últimas alças de mel, para poder começar os tratamentos contra a varrôa que está sempre presente e a surpreender-nos, tenho que redobrar os cuidados de vigilância... num abre e fecha rápido para evitar qualquer inìcio de pilhagem...

A lista das preocupações de vigilância, são: reservas de mel e pólen, presença da varrôa, com destruição de alvéolos de criação de macho, regularidade da criação,  regularidade das idades da criação, quantidade de abelhas, limpeza do estrado e limpeza do exterior frente ao estrado... Algumas particularidades.

Os pequenos núcleos de fecundação

estão aprovados!

Era meu objectivo para este ano produzir umas dezenas... muitas mestras!

Para obviar a falta de material que chegado à hora nunca está pronto, comprei umas placas de contraplado de 9mm e umas tábuas que mandei serrar que eu e o pai de empreitada montamos e pregamos a prefazer a quantidade de 46 caixas de 3 quadros!

Para a constituição do pequeno núcleo orfanizado junto um quadro de abelhas sobre criação a nascer, um quadro de reservas, com mel e pólen mas sem abelhas e um quadro vazio de cera estampada. Estes pequenos núcleos vieram substituir os núcleos de 5 quadros divididos a meio com uma entrada para cada lado... tornando o transporte e o maneio mais facilitado!

Depois de quase todos os pequenos núcleos, alguns por mais de uma vez, terem recebido uma mestra que aí iniciou com êxito a sua postura, temos que concluir que estão aprovados!...

Esquecido da Vida

Acariciado por elas...

Hoje no Cabedelo pela frescura da manhã na companhia do pai, continuamos a recolha de material para armazém, redistribuímos alimento, corrigimos a disponibilidade de quadros adequados, limpamos, inspeccionamos e anotamos a fome generalizada...

Foi surpreendido com a postura de duas mestras novas a quem já tinha feito um risco vermelho!...

Paramos para o almoço.

Ao final da tarde, sózinho, retomei as visitas no Sargaçal e depois no Cabedelo. Zanguei-me com as andorinhas que se deliciavam com abelhas, atirei-lhes pedras e paus, transferi uns núcleos para ninhos e entretive-me a inspeccionar a criação das mestras deste ano... há mestras espectaculares!... 

Acabei quase noite a alimentar os pequenos núcleos que aguardam a fecundação das mestras...

Esquecido da vida, acariciado por elas...

A apatia na escrita ou

a falta de romantismo no assunto?!...

Não tem sido por falta de assunto que deixei de verter para este registo, mas falta-me a energia... 

Às vezes o romantismo que sempre nos permite saborear com muito gosto os assuntos!

O registo para mais tarde recordar ou poder comparar seria razão mais que suficiente para não falhar um dia, mas não é esse o propósito, nem o conseguiria pela minha falta de  lucidez e rigor.

Mas já me faz saúdade não ter algumas referências das últimas semanas!...

As últimas semanas tiraram-se as últimas alças de mel na colheita normal, já se guardou cerca de 25% das alças vazias e limpas, acompanhou-se o desenvolvimento dos núcleos das primeiras mestras do ano que desde início de Maio têm passado fome de nectares... A semana passada nasceram as mestras do último translarve deste ano dado que a fome começa a ser inquietante...

No fim-de-semana foi também à serra dar uma olhada, confirmar que este ano a colheita será insignificante, provavelmente por as ter levado tão tarde e pelas más condições climatéricas para a colheita...

Hoje ao final da tarde dum dia quente e húmido, foi sentido o cheiro a urze nos apiários, sendo já pouca a urze florida... Foi um dia de alegria para quem tão pouco tem colhido nas últimas semanas!...

Na serra

três semanas depois...

Ontem dei um salto rápido à serra, três semanas depois para fazer o balanço e matar saúdades. Já começo a aguentar a ausência mais prolongadamente!

O ano corre anormal, com muita chuva entremeada com dias de forte sol e poucos terão sido os dias de condições ideais para a colheita mas é bem patente a diferença entre a serra e o litoral.

O rosmaninho ainda se vai aguentando e as urzes já torraram, estão agora espectaculares acima dos 600m, como pude admirar no regresso ao subir a serra... 

A colheita é lenta, mas fica-me sempre uma vontade de as levar todas à serra quando chego cá e confirmo que aqui se está em fase decrescente...

O Fim e o Princípio das Florações...

do eucalipto... e das outras!

Aqui as florações de eucalipto sucumbiram depois da segunda semana de Abril, com duas semanas de chuva e ventos fortes.

A primeira cresta que corresponderá a cerca de 3/4 da colheita terminou também nos primeiros dias de Maio, com excepção do apiário do Sargaçal, onde ainda a semana passada decorreram cortes de madeira...

As abelhas que diminuiram em população depois das chuvas da Páscoa, viram-se agora para as outras florações, especialmente para a urze queiró mais adiantada este ano que o anterior mas que nestes dias quentes tem sido a alegria dos apiários.

Hoje junto ao mar, deliciei-me com as flores de metrosidero nos seus primeiros dias de vida, carregadas de abelhas, colhendo polén e néctares, seguramente das minhas abelhas da Mata que nesta altura exibe um maior movimento com efeitos que já pude confirmar nas quantidades de néctares colhidos...

A alteração da flora

E as mudanças no calendário apicola...

Este ano, aqui junto ao mar, muito mais do que o habitual, os cortes rasos de eucalipto velho já soma umas dezenas de hectares nas proximidades dos meus apiários. A generalidade desses cortes dará lugar a plantações de eucaliptos em explorações de revoluções curtas, alterando drásticamente a flora local, reduzindo significativamente ou quase eliminando a floração de eucalipto,  a floração das urzes nomeadamente da queiró, os tojos, os sargaços e as giestas ou o carvalho que ocupa as áreas mais frescas...

Simultaneamente, o abandono dos terrenos agricolas dará lugar aos silvados e os salgueiros invadirão os terrenos húmidos!...

A biodiversidade é assim esmagada muito rapidamente sem disso nos apercebermos!...

Questiono-me e  constato que no futuro o meu calendário apícola e  a apicultura à minha volta serão significativamente diferentes...

Já não direi que colho mel de eucalipto ou que a colheita começa logo em Outubro... não me referirei à expressividade das colheitas nem farei em alguns anos a primeira cresta pelo Carnaval!...

Passarei a colher uns bocadinhos de mel multifloral só a partir de Março depois da explosão do salgueiro!... E a cresta será única, minúscula e certamente em Julho!....

A serra de novo

para  nos acalmar a ansiedade.

Há uma semana atrás decidi não levar as colmeias pra serra!

Foi uma decisão que foi tomando à medida que me faltava o tempo para lhes tirar o mel ou os montes de material que as carregavam.

Mas esta semana, depois duma semana santa de chuva intensa, ao confirmar o fraco movimento  que assinalou o fim da grande época de colheita de néctares e  me sentir progressivamente desvinculado da serra... Foi crescendo uma ansiedade e tristeza que tive que resolver, carregando com o pai uma amostra de colmeias que levei para a serra!...

Lá chegados, no lusco-fusco, deu pra ver, como previsto, que chegamos tarde, pelo estado da urze e do rosmaninho... mas a tranquilidade invadiu-nos e abriu a discussão para a viagem de regresso: que razões da razão poderiam justificar aquela viagem de final de tarde?!!!...

Só encontramos as razões do coração!!!...

Apicultor de Proximidade

Ou o tolinho das abelhas!

Com o tempo tenho-me tornado num perfeito tolinho das abelhas!...

Os fins de semana têm sido cansativos e uma prisão,  embora procure planear as minhas actividades com  racionalidade passo-os a correr de apiário em apiário,  um pouco a fazer o check list das operações  que o pai já não pode fazer: gerindo o desenvolvimento, prestando atenção à distribuição do material, à disponibilidade de espaço para a postura, alterando a posição de alças ou quadros, juntando abelhas, tirando abelhas, estado sanitário e limpezas... sem  dar vazão e sempre a aumentar o efectivo!...

Hoje iniciei um período de férias para dar um empurrão à colheita de mel e eventualmente preparar umas colmeias para levar à serra, mas sorte a minha, as últimas previsões apontam para uma semana de chuva e estou já a preparar-me para não as levar este ano à serra!...

Em contra partida   tenho investido em contactos para a instalação de novos apiários na região!

Decididamente não consigo parar e definir o limite!...

Em Março e Abril

foi a grande colheita!

Nas últimas semanas só tem dado abelhas...

Foram muitos os momentos que mereciam ser registados para o prazer de os recordar mais tarde, mas o cansaço tem-me dominado e falta-me a disposição para a escrita, fica somente a recordação duma boa colheita!...

Tudo aconteceu muito rapidamente, os fins de semana de chuva durante o mês de Março estragaram-me os maneios, não tirei mel tantas vezes quanto desejaria e faltou-me o tempo para as abrir para segurar os maiores enxames e iniciei a produção de mestras mais tarde que o desejavel!...

Todos os anos eu me queixo da oportunidade dos maneios que imprimo nos apiários, como se fosse possível atingir a exacta e adequada perfeição das decisões dos maneios tomados!...

Esqueço os queixumes e registo bons resultados nestes últimos dois bons meses!...

Mas hoje, dia de abelhas e mel, retirei  com o pai mais umas alcitas e atingimos a fasquia dos 50% da colheita previsivel!... E já tivemos que defrontar o início de comportamentos de pilhagem!...
O final da grande colheita estará por perto!...

A ignorância!

- O maior inimigo dos apicultores.

Hoje visitava uns terrenos florestais com um amigo quando, sabendo ele do meu gosto pela apicultura, me informou que me iria mostrar um apiário de transumância que tem autorizado há mais de dez anos num seu terreno próximo do precurso que fazíamos...

Chegado ao local, de boa exposição e bem  protegido, deparei-me  com um triste cenário de colmeias abandonadas e assaltadas (com montes de operculos na frente), entre alguns exemplares com um modesto trabalho... Nos matos próximos amontuavam-se caixas e elementos de colmeia podres e lixos diversos...

Pedi para rapidamente sairmos dali e não parar sequer o carro porque já vira tudo!...

Como é possível um apicultor manter um apiário com dezenas de colmeias em péssimo estado sanitário e até à morte, e total abandono,  com o risco de ter ali um foco de contaminação para toda a região?!...

Só a ignorância o pode justificar!!!...

Mas como resolver?!...

Terá que ser o Estado que tem que ser mais interveniente na fiscalização?

Terão que ser as Associações de Apicultores a fiscalizar com rigor os seus associados?!...

Ou terei que ser eu a explicar ao Sr. apicultor que ele pode estar a comprometer o trabalho de dezenas de apicultores e a inviabilizar a actividade na região?!...

Ou vamos continuar a fazer de conta?!...

Numa Apicultura "Intensiva"

Uma vida intensa!...

Tem sido assim nas últimas semanas... muita intensidade aos finais de tarde e ao fim de semana para dar resposta à solicitação das colmeias em plena época de colheita... Não o fazendo perde-se a produção e às vezes muitas abelhas!...

Com as minhas limitações de tempo para tanta colmeia, sem poder ter grandes maneios ao fim de semana pelo mau tempo e pela falta de material, tenho perdido um pouco de cada e resigno-me à força da natureza!...

A produtividade de um colmeal é directamente proporcional à intensidade da resposta do apicultor no ajustamento dos maneios à necessidade das colmeias e no controle da enxameação, bem sei... mas à rapidez com que tudo se sucede... não sou capaz de dar resposta e interiormente não consigo ficar confortável!...

O melhor cão de guarda

que tenho nas traseiras da casa!

O meu amigo Zé diz frequentemente a propósito de meia dúzia de colmeias que instalei nos fundos do seu quintal: "é o meu melhor cão de guarda que tenho nas traseiras da casa! Ninguém lá entra!..."

Confesso que assim pensava acerca da capacidade de guarda dos meus apiários, até há cerca de um mês, quando ao início da tarde cheguei ao Cabedo e me deparei com uma multidão de gente adulta a escassas dezenas de metros das colmeias, a ripar feno entre os matos, com os ancinhos,  a apanhar picadas de morte!...

Depois dos pedidos de desculpa e de passadas as devidas autorizações,  acabei a berrar-lhes... não por me estarem a levar o feno, mas por estarem a submeter-se aquele sofrimento ao trabalhar aquela hora da tarde!...

O comportamento das abelhas

Em época de colheita

Nesta altura do ano as abelhas fascinam-me pelo processo explosivo que transforma colmeias e apiário!

Só lhes falta mesmo serem meigas e afáveis... como as italianas que aparecem naqueles vídeos em que os apicultores em regra têm mangas arregaçadas e calção colonial!...

Não sou muito rigoroso nas minhas observações e nunca estabeleci nenhuma correlação forte entre os tipos de abelhas que possuo e a sua agressividade e tenho a persepção genérica que algumas colmeias são mais ariscas que outras... para não dizer terríveis!... 

No entanto, nesta época do ano, de colheita, desde as mais pequenas às maiores, passando pelas mais amareladas às mais peludas, todas elas são uns terrores... 

Irritame vê-las perseguir as minhas mãos quando entro nos apiários com elas desprotegidas, tenho que me socorrer das luvas que uso para lhes mexer:  finas de borracha usadas em limpezas diversas, das mais baratas e bem ajustadas, para que a sensibilidade seja máxima... As pontas dos dedos das luvas são cortadas para que as mãos possam respirar minimamente... e quase nunca tentam picar embora de quando em vez entrem  pelos buracos das pontas dos dedos...

Preocupa-me que alguém possa vir a reclamar do mau comportamento das minhas abelhas ao aproximar-se dos apiários, seja por curiosidade ou necessidade de passagem próxima!...

Colheita Gorda

Em dia de domingo gordo!

A manhã acordou morna e húmida, o ideal para um excelente dia de colheita e para umas visitas a algumas das colmeias para avaliar o seu estado febril.

Passando por Enxemil e Sargaçal, deixei-me arrastar até Cabedelo onde tenho as colmeias mais explosivas. Estava sózinho e ainda dorido do dia de sexta-feira, mas do arrastar-me ao cravar-me nelas, é uma diferença de minutos...

O movimento das abelhas á minha volta, uma colmeia aberta, desenvolve uma adrenalina que não  me deixa parar facilmente. Ajustando a distribuição das últimas alças distribuídas pelo pai, aqui e ali indo mais longe, avaliando o estado da criação e catando mestreiros...

Não encontrei muitas colmeias com mestreiros o que me foi tranquilizando e o movimento de colheita estava fabuloso sobretudo com polén de salgueiro e néctares de eucalipto até que, já próximo do almoço,  me surpreendi com a saída de um pequeno enxame duma colmeia que não denunciava grande perigo... lá tive que o recolher antes do cozido à portuguesa que neste dia a mãe faz.

À tarde trouxe o pai e uma carga de alças, para prosseguirmos no arrefecimento de algumas colmeias...  desdobrando também aqui e ali, aproveitando a disponibilidade de mestreiros, e  na fiscalização do estado das colmeias, até chover intensamente...

Aparências e realidades

dum ano incerto!...

Esta semana foi de sol quente e sêco, com algum vento e noites frias... A colheita foi por isso fraca.

No Sargaçal e no Cabedelo, as alças acrescentadas, quer as que deram o mel quer as de cera nova, poucas alterações registaram...

Na Mata, os machos continuam a ser perseguidos e mortos em quantidade apreciavel e em algumas colmeias aparentam estar a comer o mel colhido, como que a adivinhar  o termo da campanha!...

A Mata continua a surpreender-me pelo excepcional decréscimo da população por colmeia, aparentando terem passado um inverno profundo, ou sofrido ataque generalizado por virose, ou despovoamento generalizado, ou um outro sindrome provocado por causa não identificada. 

Ontem decidi levantar material, alças de mel, nas colmeias onde o decréscimo é mais notado e foi mais uma maratona de doze horas sem parar!...

Fiz também um juramento de acompanhar quase diariamente este apiário que afinal fica somente a dois quilómetros de casa, para o melhor poder compreender o que ali aconteceu!...

Como diz o Povo

Já aconteceu ou está para acontecer...

Do dia pra noite de todo o lado procuram-se colmeias para venda, em quantidades que, pese o meu modesto conhecimento, penso ser muito superior ao que o mercado estava capacitado para disponibilizar, pelo menos aqui na região... Fazem referência a projectos de norte a sul, discute-se o preço para rentabilizar o investimento nos primeiros três meses, como se tivessem descoberto o tesouro!...

Será esta uma resposta de empreendedorismo da sociedade como reacção à crise em que o regime nos mergulhou, terá chegado a hora de desenvolvimento  da apicultura ou é mais uma corrida a financiamentos de oportunidade de projectos insustentáveis?!...

É uma pena se nos estamos uma vez mais a enganar!...

Já lá vão tantas gerações em que persistimos em nos deixar enganar!...

Por cautela

Mais vale uma escora...

Ao certo ao certo, não sei  se os tempos que aí vêm me permitirão muitas cautelas perante colmeias tão cheias de abelhas e carregadas de mel. Temo que um ligeiro aumento de temperatura possa desencadear  febre de enxameação...

O material por colmeia já atingiu os limites do razoável, tenho que intensificar a retirada de mel que é o mesmo que a retirada de material por colmeia, já que trabalhar colmeias com este volume se torna insuportavel.

Questiono-me se a apicultura que faço é a adequada, no tipo de colmeia ou no maneio, porque a carga de mão de obra por colmeia depois de atingir as cinco alças, é muito demorada e esforçada!...

Um dia alguém me disse que a apicultura não tinha nada de extraordinário para além do lançar material para cima das colmeias e depois ir lá tirar o mel no fim da época!... Eu disse que sim!...

Os Espanhóis com a sua colmeia horizontal provavelmente não têm muito com que se preocupar com maneios...

Eu que ando sempre de volta delas, mesmo que isso possa traduzir um aumento da produtividade,  deve estar redondamente errado! E cada vez mais me apetece atirar-lhes com material para cima, porque é humanamente impossível acompanhar igualmente centenas de colmeias com um maneio de proximidade.

À falta de melhor e mais tempo, carrega-se-lhes com material e por cautela... com uma escora!...

Primeira colheita de mel

Ainda em Fevereiro!

Aproveitando a subida de temperatura deste fim de semana, no Sábado pus mãos à obra e fiz a primeira colheita, para ter algum material para distribuir pelas colmeias com mais falta de espaço...

É uma trabalheira!

A cada ano que passa sinto mais o peso das alças e a violência dos trabalhos...

Em algumas da colmeias tirei três alças e em todas as intervencionadas aproveitei para reordenar o posicionamento das alças e avaliar o estado da criação...

Aproveitei também para distribuir uns ninhos de cera estampada que sobrepus em algumas colmeias pela troca das alças que distribuí por outras colmeias a necessitar de espaço...

Esta não pode ser a forma de fazer apicultura, digo-o  muitas vezes!...

O plastico cristal

Uma janela aberta!

Sempre tivemos a mania de ter umas colmeias com caixilho de vidro ou de acrílico, para as melhor apreciar e adivinhar a evolução das colmeias num determinado apiário, ou mostrar aos amigos...

Acabam sempre partidos!...

O ano passado experimentei colocar por cima dos quadros, antes do caixilho de agasalho, um filme plástico cristal, que há dezenas de anos, era eu miúdo, uma recicladora de plastico vizinha me dispensara a meu pedido para eu encapar os livros. Por ser dum filme plástico com defeito foram-me oferecidos vários rolos pesadíssimos que dariam para encapar os livros de uma biblioteca!...

Pois não resultou bem para os meus livros escolares mas aqueles rolos de filme plástico tiveram uma infinidade de aplicações nestas  dezenas de anos e continuarão a ter, agora na materialização de janelas das minhas colmeias...

Fica uma película aderente aos rebordos que elas rapidamente terminam de vedar tornando a vedação hermética... fica uma janela aberta dum plástico cristal que elas não propolizam, (deve ser do  plástico ter defeito)...

Agora quando as visito a qualquer hora, até de noite com a lanterna, corro para as colmeias com janela, retiro a tampa e depois o caixilho que agora nem precisa da ajuda do raspador por que não está propolizado e acabo de entrar no mundo das abelhas...

Aprecio a quantidade de abelhas a evolução do enchimento dos quadros e os comportamentos.

Toco-lhes e brinco com elas... por cima do plástico!

Quase sempre não resisto e levanto o filme plástico até ao ponto em que elas não começam a saír, porque estou sem máscara... e como demoram a sair!... Ficam imperturbáveis, como se reagissem agressivamente somente à repentina mudança de luz... (que neste caso não ocorre).

As minhas colmeias têm sempre uma janela aberta!...

Os Sábados são de Sol

E de abelhas...

Depois de uma semana de mau tempo, veio o sol para poder matar a ansiedade!...

Mergulhei nos apiários ao final da manhã e só emergi ao final da tarde quase noite.
Para as apreciar doidas no salgueiro, no eucalipto e até no tôjo,  apreciar as entradas e o chão ainda encharcado, arrasados de abelhas carregadas de pólen... avaliar o estado, catar uns mestreiros que sabiamos que estavam iniciados, tirar dúvidas, juntar umas colmeias mais fracas,  arrumar material e apreciar os aromas...
Penso muitas vezes em acabar com esta minha ocupação porque iría ter um acréscimo de tempo disponível consideravel mas  desisto porque ficaria privado destes prazeres de fim-de-semana!...

Temperamentos das abelhas

nas grandes colheitas!

O eucalipto está em flor desde Outubro e prolongar-se-á provavelmente até final de Abril.

A acácia longifólia  desde Janeiro terá ainda mais um mês pela frente e o salgueiro está a começar, mais atrasado que o habitual com uma floração irregular que lhe permitirá prolongar-se no tempo!... Talvez até ao final do mês de Fevereiro!

Estão assim activos os grandes contributos para a grande colheita mas nem por isso elas deixam aquele temperamento insuportavel  de picar tudo o que entra no apiário!... Entre elas também não se tratam bem, aqui e  ali com pequenas escaramuças e em algumas colmeias ocorre significativa mortandade de zangãos... 

Talvez o frio seja a razão de ser de tal agressividade pois o apicultor trata-as com carinho!...

Volta a chuva

para arrefecer os ânimos!...

Ontem no Cabedelo e Sargaçal redistribui material e acrescentei alguns ninhos e senti a frustração de não poder tomar algumas decisões por falta de material e tempo!... Se a semana passada até aceitei o atraso das colmeias da Mata por falta de material, ontem desejei a chuva para arrefecer os ânimos... já que as temperaturas e a disponibilidade presente ainda não me permitem tirar mel para dispor de material...

E a chuva veio, até trouxe saraiva e pelas previsões ficará por cá durante a semana, o tempo suficiente para concluir mais umas alças, preparar uns ninhos e definir uma estratégia de reprodução para aguentar a continuada explosão...   

Será provavelmente uma ilusão querer conter uma explosão, em especial quando é generalizada a muitas colmeias... Recordo-me quando há três anos no distrito da Guarda, a cada colmeia que abria eram mestras ou mestreiros às dezenas... no ano seguinte aconteceu-me o mesmo no apiário que visitava todos os dias...

Este ano já revelou particularidades explosivas e já tenho colmeias a produzir mestreiros!...

- Espera-me muito trabalho!...

Explosão...

Continuação!

Quando pensava ter um fim de semana calmo na mudança das colmeias do Enxemil, dei-me a repetir as tarefas de há oito dias atrás, a alimentar a explosão com mais alças até finalmente se esgotar o stock!...

"Parece Impossível", repetia o pai à medida que se abria mais uma colmeia e nos deparavamos com o espectaculo explosivo duma semana que ainda que fria teve um solinho que lhes permitiu trabalhar umas quatro horas por dia...

Por falta de material não cheguei a concluir a volta às da Mata mas é sobretudo lá onde me espera mais trabalho... porque as colmeias, de um modo generalizado ficaram encravadas no seu próprio mel, congelando o seu próprio desenvolvimento...

Agora com dois meses de atraso vou  prosseguindo em tirar quadros de mel do ninho ou a disponibilizar alça vazia  junto ao ninho... de um  modo ajustado à população de cada colmeia para que não ocorra diminuição de temperatura... uma trabalheira!

Em oposição, nos outros apiários talvez numa distribuição despesista foi carregar com material até acabar!...

Tenho agora que começar a programar a primeira colheita de mel!...

Há males que... vêm por bem!

Que nem resultam tão mal...

Hoje dediquei a tarde ao Cabedelo a trabalhos de parto, ajudando-as à explosão... no seguimento dos trabalhos já iniciados a semana passada e confirmando a boa receptividade das colmeias às minhas ajudas nas últimas mexidas.

Ali, a seguir às de Enxemil é onde tenho as melhores colmeias e onde registei os maiores crescimentos desde Setembro!...

Fazendo comparações com outros anos direi que estará ao nível dos melhores meses de Janeiro...

Não fora a má prestação da Mata e uma meia dúzia de colmeias que perderam a mestra... estaria neste momento sem alças para distribuir... e a programar as primeiras crestas de mel!... Ou a construção de material novo com o que tenho em armazém... ou mesmo a compra!... ou a reprodução de enxames...

Não será agora nem nas próximas semanas mas tudo virá a seu tempo!... 

Há males que nem resultam tão mal...

As diferenças agravam-se

A recessão e a explosão...

A semana foi de frio com temperaturas a oscilar entre os -1 e os 11º, garantindo um trabalho diário de  3 a 4 horas, o que é pouco quando há tanto néctar de eucalipto para colher...
Para a semana haverá um pequeno aumento generalizado das temperaturas o que representará mais horas de trabalho e mais mel colhido.

Hoje tive cerca de 6 horas para as mexer,  com uma paragem para comer umas tostas, comecei ainda elas não boliam e quando acabei já elas se tinham recolhido!...

Comecei pela Mata a tirar material de cima das colmeias, onde as alças superiores de um modo geral estão sem abelhas, consequência de diminuição generalizada da população ou ausência de crescimento que eu não sei explicar. Por isso tenho ali colmeias que não conseguem explodir porque não têm população nem espaço livre para o fazer...  Deveria estar a tirar-lhes as alças com mel e a dar-lhes espaço livre necessário à explosão...

Senti-me impotente para  tanta colmeia, em tão pouco tempo...

Ao início da tarde comecei no Sargalçal onde a maioria das colmeias iniciaram explosão em abelhas e mel. Concentrei-me sobretudo na arrumação da criação a seguir ao ninho e aí dar-lhes espaço  para a postura da mestra, passando o mel operculado ou em vias disso para as posições superiores... distribuindo ainda mais alças, as da Mata!... Dá gosto ver mel e abelhas a rodos!...

Ainda dei um salto a Cabedelo só para tentar ouvi-las nas suas tarefas de ventilação, mas em vão, por ser tanto o frio do final da tarde...  só foi a tempo de conferir o material para amanhã, desligar a luz do sol e cruzar-me com os ladrões de lenha que me vão podando algumas árvores pelo pé.

As diferenças entre apiários

que eu não sei explicar

Em Outubro animava-me o bom desempenho das colmeias da Mata, onde se somavam 50 unidades, punha em níveis quase semelhantes as de Enxemil  e do Sargaçal e muito atrás as de Cabedelo... As da Mata pareciam ter um mês de avanço e também uma alça de avanço... As de Cabedelo pareciam somar muitas debilidades que eu próprio tinha receio de avaliar e não conseguia profetizar...

Depois nos últimos dias quentes  de meados de Novembro veio a maluqueira da auto-substituição de mestras no Sargaçal que me fez perder algumas colmeias...

Depois veio o Inverno aos impulsos, o frio, muita humidade, mais sentido na Mata, sombria e húmida...
Este fim de semana, de grande frio acertei-lhes o passo, abri colmeias em todos os apiários e fiquei aflito e triste com o atraso relativo da Mata, sem que eu veja razão clara que o explique!!!...
Na Mata as colmeias retrocederam em população e colheita, as alças já ocupadas parecem ter sido abandonadas... ao passo que no Sargaçal, Enxemil e Cabedelo não paramos  de carregar com alças... e o movimento, começo a dizer que é incomparavel...

Há cerca de um mês que na Mata se montou um circo de guerra e muito perto das colmeias, batalhões de moto-serras  diariamente cortam acacial e abatem pinheiros e eucaliptos de grande porte, numa área estimada de 30 hectares; são destroçadores, estilhaçadora e giratórias que carregam comboios de semi-reboques... até me pergunto se esta invasão tem  consequências na população das colmeias!...
Não será por certo!... 

Enxemil pela segunda vez

com projecto de deslocação!

As colmeias que eu mais visito são as de Enxemil, ficam perto do trabalho e quando a climatologia não é favorável ou o tempo de almoço é curto, são elas que recebem os mimos todos...

É um apiário que terei que deslocar em breve pois assim me comprometi com o proprietário do terreno nas vésperas do Natal  que mostrou interesse em fazer obras no quintal mais próximo das colmeias!

Sempre foi um pequeno apiário nos fundos dum quintal florestado que atingiu o máximo de 35 colmeias logo no segundo ano em que o povoei, tendo  nesse mesmo ano iniciado a sua deslocação pois a esposa do proprietário do terreno fora picada e notara-se grande sensibilidade ao veneno. Ficaram só três colmeias que pelo meu desleixo  e grande volume, nunca foram mudadas... No ano seguinte às três juntaram-se dois enxames que sucessivamente foram ter a uma caixa velha e ficaram 5, que nas próximas semanas terei que definitivamente deslocar  para pena minha!...

Pena porque sempre foi um apiário de produções excepcionais em abelhas e mel. Nunca conheceu um ano mau e no pior ano teve produções superiores a 4 alças por colmeia... nesta altura do ano, quatro delas têm uma média de cinco alças, a quinta que substituíu mestra em Novembro está só no ninho... Seria  este o volume mínimo  que eu teria que enfrentar se as conseguisse deslocar já na próxima semana mas como atento aos meios só poderei mudar uma ou duas de cada vez, admito que tenha que enfrentar um volume muito maior!!!.

Aos primeiros dias de sol

distribuição de material

As expectativas nesta altura do ano são sempre elevadas: os eucaliptos estão cheios de flor, já há acácias floridas e até os salgueiros começam a desabrochar... Com  a maioria das colmeias cheias de abelhas, cada tarde de sol ou de tempetaura acima dos 10º sem chuva, representa um dia de colheita.

Esta semana a cada dia sem chuva andou o pai a distribuir alças pelos apiários  conforme pode... foi a indicação da tática de guerra que todos os dias lhe lembrava pelo telefone... Tenho em armazém 20% do efectivo e em média, já não dá 1 por colmeia...

Sobrou-me a tarde de sábado, para dar o gosto ao dedo, distribui algumas alças, reorganizei outras e visitei os apiários e avaliei o seu desempenho comparado...

Muitas colmeias já receberam a 4.ª alça, o Cabedelo reforça a sua posição no melhor desempenho e a Mata ficou atrasada... Talvez pelo excesso de sombra ou pela exposição ao vento ou... pelo excesso de colmeias na Mata, comparando com Cabedelo, ou... por ora não sei bem das razões para semelhante inversão generalizada de posições... Colmeias que íam à frente deixaram-se atrasar e até ultrapassar!...

Senti a satisfação do peso das alças cheias de mel  e da transpiração a entrar-me nos olhos... 

Deparei-me com algumas colmeias sem mestra no Sargaçal, o que representará mais trabalho...

Com o argumento de irem os tempos ainda muito frios...tirei o barato ao pai quando ele queria que introduzisse a mestra no cupolarve que tinha instalado há dias...

Deparo-me ainda com muitos eucaliptos cheios de botões por abrir mas muitos mais já os despiram... e tenho dificuldades em avaliar por quanto tempo mais terei flores de eucalipto...

Não vejo hora

de voltar às lides apícolas

Esta primeira semana do ano, na continuação do que se registou quase todo o mês de Dezembro, foi de muita chuva, talvez a pior semana deste inverno. Esperei ansioso pelo fim de semana para as ir ver mas caíu-me uma gripe em cima e não para de chover!