sábado, 29 de dezembro de 2012

Em Dezembro

houve dias de ficar deslumbrado


Este Dezembro foi de temperaturas amenas, embora com alguma chuva e muita humidade que deu um trabalho suplementar às colmeias, proporcionando que as mais atrasadas encravassem de mel a zona de criação, atrasando a desejavel explosão enquanto aguardavam a minha chegada para a substituição de quadros e as habituais remexidas.
 
Esta última semana houve dias de sol claro com colmeias fervilhando de abelhas, com grandes ganhos de polen e néctares que ao final do dia espalham o cheiro a uma centena de metros. Nas minhas visitas à hora do almoço facilmente me esqueço das horas e do almoço, saltando de apiário e entre colmeias deslumbrado a apreciar o movimento e a deliciar-me com aquele ambiente.
 
Durante o mês, progressivamente as colmeias foram compondo as alças e iniciando a subida da criação às alças. Distribui algumas alças mas a manter-se este tempo prevejo ter que distribuir grande quantidade nas próximas semanas.
 
Nota-se já grande disponibilidade de machos e com estas temperaturas tão amenas começo a pensar em fazer os primeiros ensaios de  produção de mestras, mas a desconfiança do mês de Janeiro em regra frio, vai-me refreando os ímpetos.
 
 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Fim de semana de trabalho




e de balanços.
 
O fim de semana já não chega para dar a volta aos apiários, mas por onde passei gostei!
As diferenças entre apiários começam também a fazer-se sentir... É sempre assim, são tantos os fatores que influenciam o desenvolvimento das colmeias que só o maneio do apicultor não é o suficiente para corrigir as diferenças. 
É a proximidade das florações, a exposição solar e as condições climatéricas locais, o que está dentro de cada colmeia, o seu estado sanitário e a robustez com que chegam ao início da florada que influenciam e marcam as diferenças de desenvolvimento de cada apiário.
 
Embora com carateristicas diferentes,  a contar pelo número de alças distribuidas este fim de semana, o Portovedo e o Sargaçal serão os mais, seguidos do Cabedelo, Mata e do Pope.
No início de Outubro a generalidade das colmeias estavam muito debilitadas e  a sua expansão tem sido notória, tendo os melhores apiários uma média superior a duas alças por colmeia.
Na Mata onde estavam a maioria dos núcleos do final da época, estão agora a receber a primeira alça.
No Pope onde estão a maioria das que vieram da serra, nota-se um atraso na prevista explosão consequência do encravamento dos ninhos, onde o maneio não foi o suficiente ou ainda não chegou.
 
O ano mantém o seu atraso relativamente ao que passou, contudo já se registaram na região várias ocorrências de enxames que confirmam os magníficos dias de colheita de néctares.
 
Quanto aos próximos meses, mantenho-me expectante, face à aparente reduzida quantidade de botões de eucalipto disponíveis por árvore ainda por florir.
 
 
 
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A necessidade faz...

o apicultor!

O significativo aumento do efetivo dos meus apiários pôs-me à prova em meados de Novembro, ainda com alguns dias amenos e de boas colheitas, quando foi necessário distribuir as primeiras alças... Quando foi necessário distribuir muitas alças porque os apiários estavam muito similares.
 
Enchia a carrinha de alças à noite e no dia seguinte só ao final da tarde, já escura, conseguia chegar aos apiários para distribuir as alças. Colocava a lanterna de leds que  há meses depois de muito regatear com o marroquino acabei por comprar para poder pescar à noite, colocara o fumigador de lado e concentrava-me na distribuição das alças a eito, em velocidade cruzeiro.
 
Rapidamente me apercebi que a reação das abelhas era passificadora, não voavam, só batiam asas, caminhavam, não se projetavam sobre a luz dos leds nem me procuravam picar as que  subiam nas mãos. Tinha só que ser lesto quando me detinha em algumas operações de verificação para não se acumularem  muitas  abelhas  nas bordas das paredes e não ter que as matar ao fechar a  colmeia...
Depois, coloquei  as luvas de lado, e a máscara... e já não quero outra coisa para as inspeccionar rapidamente quanto à  avaliação da sua necessidade de espaço.
 
Agora é ver-me sem qualquer proteção, de lanterna de leds na testa e raspador na mão, noite dentro pelas matas onde se distribuem os meus apiários, a abrir colmeias, levantando um quadro aqui ou ali e tirando apontamentos sobre o seu estado de desenvolvimento!
 
Consegui assim baixar a ansiedade porque tornei os dias mais longos e passei a acompanhar melhor as minhas numerosas colmeias num maneio de proximidade. 
 
Definitivamente, agora é que a vizinhança me vai chamar louco e provavelmente a mulher me colocará a mala à porta!
 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Hoje toureei-as...

Na Mata da Bicha!
 
Em duas curtas horas a seguir ao almoço abri os mais de 50 enxames da Mata maioritariamente ainda em núcleos, passando-os para ninhos ou reordenando e  distribuindo quadros de cera nova, limpando favos já a ser puxados nos espaços dos quadros em falta, (alguns já com criação), adicionando algumas alças nos ninhos mais desenvolvidos... foi uma tarde de correria, de sol e de intenso prazer.
 
As colmeias estão em franca expansão, com magníficos quadros de criação e conceder-lhes espaço para a mestra se desfazer em ovos, é prioritário. Os quadros de cera estampada são colocados pelo exterior ao de criação mais exterior, seguindo-se-lhe o quadro de polén, podendo as caixas ser completadas com outros, função da quantidade de abelhas disponível. Não lhes vai faltar espaço nos próximos dias que também serão de chuva segundo as previsões.
 
Nesta altura do ano não lhes posso mexer ao final da tarde depois do trabalho e as oportunidades de maneio resumem-se aos dias de férias ou, se não chover, aos fins de semana que já são muito curtos...
Hoje a Mata ficou resolvida por uns dias,  a ansiedade cresce porque me falta fazer o mesmo em outros cinco apiários... Quando cheguei a casa, descarreguei o carro dos núcleos para armazém que não couberam no carrro do pai e voltei a enche-lo de ninhos e alças para distribuir pela manhã ou pela hora do almoço...

Não lhes dou parança!

 

domingo, 4 de novembro de 2012

O novo ano com chuva

voa a todo o gás

As duas últimas semanas com chuva e algum frio mas com o eucalipto em floração em expressivas manchas, foram de intenso trabalho, e marcam o início do desenvolvimento das colmeias. Não há enxame, por mais fraco que esteja que não transborde de abelhas no seu incessante trabalho de colheita de néctares e polens.
 
Os apiários estão muito equilibrados, embora as do Portovedo sejam as mais desenvolvidas onde já a semana passada distribui alças. Na Mata da Bicha, agora relocalizada, onde em regra se registam os melhores arranques, é encantador ver a recuperação dos pequenos enxames que daqui a dias estarão a necessitar de disponibilidade de espaço...
 
A gripe tem-me perseguido esta última semana, reduzi a minha intervenção ao mínimo, mas nem por isso deixei de instalar mais um apiário, o do Pope, com algumas colmeias vindas da Mata e outras tantas vindas da Serra. O local é magnífico!
 
Hoje, ainda com a garganta a doer e calores febris, pelo meio das gotas de chuva, passei alguns núcleos para ninhos, concedendo-lhes o espaço necessário ao seu desenvolvimento e deliciando-me com alguns quadros de criação. Ao final da tarde passei por casa do pai onde ele preparava alguns quadros de ninho com cera moldada para serem distribuidos nos próximos dias e convenci-o a darmos um salto à serra onde carreguei a carrinha de colmeias para as trazer para o eucalipto.
 
As colmeias na serra estão cheias e só depois de carregada a carrinha me apercebi que ía ser difícil subir as picadas em terra batida enlameadas por tanta chuva que caíra durante o dia!... Bastou-me chegar ao início da terceira subida, para após várias tentativas concluir que com toda a carga não iria conseguir passar... Descarreguei ali, no largo onde se reunem os javalis, um quarto da carga, foi até à estrada de asfalto descarregar outro quarto, regressei e voltei na escuridão da noite envolvida por nuvens a suster a chuva, concluindo a carga, com destino ao Pope.
 
 
 

sábado, 20 de outubro de 2012

Aparentemente zangado

mas de volta!...

Abandonei por uns meses o registo das minhas peripécias apicolas, provavelmente pela intensidade com que elas se sucederam, porque pareço repetir o previsivel  ou talvez por cansaço.
 
Terminado mais um ano apicola, em tom de balanço terei que registar que foi o meu ano mais intenso, de maior produção absoluta, maior diversificação e experimentalismo...
Foi um ano fantástico!
 
O ano que agora começa a mexer vai despontando as primeiras flores de eucalipto mas com mais frio do que o habitual para esta época do ano, estará cerca de um mês mais atrasado que o ano que passou.
As colmeias estão com poucas abelhas e as reservas mantém-se escassas desde julho, resistindo à custa de alguma alimentação e uns néctares de setembro, nomeadamente os da caluna vulgaris.
 
Hoje foi à serra para  retirar as alças às colmeias para em breve iniciar o seu transporte para o litoral, já lá não ía há três semanas e vi a minha tarefa dificultada porque encontrei metade das colmeias com as alças cheias de mel... mel de caluna!
Tenho agora a carrinha cheia de alças que amanhã me servirão para alimentar as colmeias do litoral, pois está fora de questão tentar a extração deste magnífico mel. A serra este ano, foi generosa  e demonstrou a complementaridade  com os  apiários do litoral.

domingo, 3 de junho de 2012

A chuva

e a explosão!...

A chuva prolongada do mês de Abril teve um efeito explosivo na natureza, no desenvolvimento das plantas e das flores, potenciando a produção de néctares... resultando a explosão nas colmeias!

Em todos os apiários do litoral, uns mais que outros, iniciou-se uma nova primavera, as mestras voltaram a encher as colmeias de criação, a enxameação foi quase generalizada  e um verdadeiro espetáculo instalou-se!
As tarefas nos apiários não resistem aos nossos planos e programações e abrir uma colmeia transforma-se num risco!...
Nem os fortes ataques de varrôa me poderam ajudar a travar a onda explosiva...

Na serra foi uma desgraça... cheguei atrasado com as alças pelo menos uma semana, porque a chuva não me deixara tirar o mel, para ter as alças disponíveis do litoral. Quando cheguei, numa tarde quente e húmida as colmeias barbavam assustadoramente e já não havia muito a fazer...
Ainda não conhecia um ano verdadeiramente explosivo na serra... está a ser incrível!

Instalou-se o caos e a programação teve de ser alterada e os trabalhos passaram a ser bravos!...

Um dia ainda me zango com elas!


sábado, 2 de junho de 2012

Zangado com elas

depois de tanta desgraça!...

Já sabemos que todos os anos são diferentes, mas este superou!...
Estragou-me sistematicamente as contas... todas, as otimistas e as mais péssimistas, e ainda me enganam!...

Tenho tido dificuldades de ser rigoroso em descrever estes dois últimos épicos meses de apicultura...

Foram jornadas muito cansativas e cheias, sem tempo para a escrita... 
Foram provavelmente únicas, mais controladas pela natureza do que pelos maneios do apicultor!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Uma manhã de gatos e cães...

Como dizem os ingleses...

Em dia de aniversário da revolução choveu demais pela manhã, a ponto de ocorrerem inundações por todo o lado e do rio quase transbordar... mas também fez muito vento que me espalhou o mateiral que deixara abrigado no telheiro. Ao início da tarde corri a ver os pequenos núcleos que na segunda e terça receberam as mestras do último translarve; por falta de poisos, tinha-os pousado na chão, na areia, onde confirmei terem resistido, encharcados e atulhados de areia...

Durante a tarde, como o povo, no seu "passeio dos tristes", ainda saíram a ver os raios de sol que se mostraram entre as nuvens, mas começo a pedir sol, muito sol, para cerca de uma centena de pequenos núcleos a precisar de engordar, para as colmeias que estão na serra para onde queria poder preparar e levar outras tantas... Em suma, para poder mexer-lhes!

Esta chuva depois do inverno seco que tivemos, terá provavelmente consequências  muito importantes no incremento de florações de Maio e Junho, mas por agora custa ve-las!...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Abril águas mil!

Confirma-se o ditado popular...

Já é a segunda semana de chuva e tempo frio e as previsões a dez dias mantêm as condições meteorológicas!... Temos um inverno fora de tempo!

Com este inverno vejo canceladas as minhas atividades apícolas e as rotinas planeadas alteram-se!...
Não pude tirar mel este fim de semana  nem preparar mais umas tantas colmeias para a transumância, mas ainda hoje de guarda chuva aberto protegia as células reais do translarve da semana passada, enquanto as enjaulava... espero ter mais sorte no domingo quando tiver que orfanizar as três dezenas de mini- núcleos necessários... mas já não seria a primeira vez que o fazia debaixo de chuva!...

Ao final da tarde passei as abelhas duns tantos mininúcleos para núcleos, foi uma delícia, ver aqueles quadros de criação em explosão... e apreciar a calma delas a apanhar chuvinha na cabeça!...

domingo, 15 de abril de 2012

Mesmo com chuva

Levei-as à serra!...

Só depois da cresta da semana santa é que teria condições para o início da transumância para a serra...
Programei o início do transporte para esta semana mas a chuva persistente só me permitiu pôr mãos à obra este fim de semana!... Acabei por alugar um furgão de cabine longa para uma carga e um transporte mais tranquilo que aconteceu na tarde de sábado e manhã de domingo!...
A serra estava dos tons que a urze queiró consoante o estado de desenvolvimento lhe dá, do carmim ao rosa, pena as previsões de continuada chuva e vento frio que iompedirá a colheita na próxima semana...  

Este quase  ritual da transumância que se repete a cada ano, sem grande razão de sustentabilidade e que eu não tenho grandes explicações que o justifique alimentam-me a paixão,  a emoção da aventura, o gozo e adrenalina do esforço associado...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Não há anos iguais...

nem apiários iguais!...

Nos balanços dos desempenhos dos diferentes apiários estamos sempre a comparar  os rendimentos entre eles e nos vários anos... E ressalta sistematicamente a quase aleatoriedade dos rendimentos dos apiários, afetados de tão grande diversidade de fatores muitas vezes nem compreendido pelo apicultor...

Este ano o rendimento dos apiários escalona-se por ordem decrescente: Mata, Portovedo, Sargaçal e Cabedelo, o ano passado foi precisamente o inverso, excluindo o Portovedo por ainda não existir... sendo a relação entre o melhor e o pior de 2 para 1!... ou quase de 3 para 1!... De dificil compreensão quando se trata de apiários tão próximos, sendo tentados a relativizar as diferenças ao controle das populações de varrôas que fomos capazes de fazer nos apiários... Mas a varrôa não é razão para tudo...

Ontem tirei mel em Cabedelo e na Mata (que distam cerca de 4km), e fiquei surpreendido e perplexo com a  excecional colheita nas três últimas semanas na  Mata!... O que terá influenciado este ano que não influenciou tão nitidamente o ano passado?!...  As razões com mais peso estão associadas à flora local, ao clima local, ao estado sanitário das colónias, à idade e qualidade das mestras e ceras e aos maneios... onde o apicultor nem sempre pode intervir a tempo!...



terça-feira, 27 de março de 2012

Desastrado...

Desastre!

Depois da mudança da hora os finais de tarde são magníficos... dá para fazer uma paragem mais prolongada junto dos apiários com a vantagem de ficar "encharcado e emporcalhado" a ponto de não poder voltar ao gabinete... Dá para vestir o fato macaco e trabalhar a sério!...

Ontem deleitei-me a confirmar a postura dumas dezenas de mestras do ano, as da segunda leva, nascidas na última semana de Fevereiro... já tardava  o matar a curiosidade  e esperar por um final de tarde calmo!
Foram das que passaram  por noites muito frias tendo perdido muitas abelhas, resultando daí em alguns casos uma mão cheiínha de abelhas com uma raínha a pôr!...

Estava tão animado pelo grau de aceitação de 100% que  próximo do fim, já com algum cansaço, abri um mininúcleo que apresentava algumas associações de alveolos  de macho já operculados ao que conclui tinha que ser: uma ovelha negra, macheou! - rapidamente quase em contínuo tirei os quadros a correr e sacudi-os ali a vinte metros do seu pouso... mas como ficaram muitas abelhas em grande frenezim andei mais vinte para as sacudir na eira de betonilha, não vá o diabo tece-las e ter aqui uma mestra... ao mesmo tempo que ía pensando onde redistribuiria os quadro...

Mal acabei de as sacudir deparo-me com uma gorda mestra assustada com a receção do apicultor precipitado pelo cansaço e  desastrado!...

Foi um andar para trás acelerado, recolocando o mininúcleo no seu sítio para voltar a apanhar a maioria das poucas abelhas que já se distribuíam pelos vizinhos, não se livrando algumas da morte... e poder observar um magnífico quadro de regulares ovos que momentos antes tinha deixado de lado!...

Cansado de saber que em apicultura temos que ser determinados mas não desastrados!...




domingo, 25 de março de 2012

E dura... e dura...

e dura a colheita!

Esta última semana, húmida, quente para a época, com lindos dias de sol embora com tardes de brisa fria, surpreendeu-me... Encontrei as alças cheias de mel e de abelhas... de um modo geral a explosão continua!... Fiquei aliviado por ter distribuido no início da semana algumas alças e por ter preparado outras tantas que bem se justificam. Afinal ainda estamos em Março!...

Com esta entrada de néctares, optei por não tirar mel para evitar alguns néctares colhidos nos últimos dias e depositados nos quadros com alguns contornos por completar...

Dediquei-me por isso  à distribuição de alças, às inspeções de verificação e às mestras do ano: comecei a passar as mais adiantadas para núcleos de 5 quadros, ficando com os mais pequenos (de três quadros), para as que íam nascer este domingo... orfanizar os pequenos núcleos de três quadros, mas só com dois ou um de abelhas... e ainda transferi cúpulas de um cupularve para os porta cúpulas de duas colmeias na sua segunda edição...

Uma canseira sem fim, deliciosa e inebriante!...


quarta-feira, 14 de março de 2012

Raínhas Mestras

Muitas Mestras!

Podendo escolher os modos de fazer apicultura, certamente que escolheria a produção de abelhas em prejuízo da produção do mel que tanto tempo me ocupa  de um modo tão violento...
Criar novas mestras, perseguir a sua evolução desde o nascimento ao primeiro quadro de postura, e os seguintes... querer estabelecer programa de seletividade, registar as diferenças entre elas e até tomar nota de particularidades, é magnífico...

Este ano, perseguindo a vontade de criação de abelhas, por estratégia comecei mais cedo que o habitual a produção de raínhas, permitindo-me assim purgar  de abelhas  algumas colmeias em plena época de crescimento, combatendo a enxameação, renovando ceras nos ninhos e sobretudo permitindo uma gestão mais flexivel em períodos de ponta...

Mas esta estratégia  está a conduzir-me à produção de muitas dezenas de mestras  que em breve serão centenas que me  enchem os apiários com novos mininucleos que bem rápido quererão ser colmeias!...
Quero crer que entretanto descobrirei um mercado de comercialização de abelhas e darei uma utilidade maior a tanta mestra!...

domingo, 11 de março de 2012

A temperatura sobe

e a actividade apícola aquece!...

Estamos num dos invernos mais secos de que há memória!...
As previsões meteorológicas não arriscam a chegada da chuva,  as temperaturas começam a ficar amenas e este fim de semana  subiram acima dos 20!
O eucalipto está nos últimos registos, o salgueiro mantém-se num bom nível, a acácia longifólia ainda se mantém e os tojos  amarelecem os matarrais... O nível de entrada de néctares é muito variável, dependendo do apiário e da humidade.
Os fins de semana são agora pequenos para tantas tarefas que elas nos solicitam...
Este, passei-o tarde e noite de sexta  a tirar mel: recolho-o durante a tarde, e  noite dentro, em regra até ao outro dia, centrifugo e coloco-o em bidons...
Hoje durante a manhã, foi a distribuição das alças centrifugadas e a tarde foi destinada  a  muitas inspeções e sobretudo às dezenas  de mestras dos pequenos núcleos  que ainda  aguardavam fecundação...
É uma época  de produção e crescimento que quero sempre acompanhar na máxima intensidade...
sem impor metas, mas testando-me na capacidade de resistir a tanto desafio... no ambito de todas as minhas limitações profissionais... sem deixar de avaliar a qualidade do trabalho.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Comecei a Cresta

No primeiro de Março!

Já é habitual começar a cresta pelo carnaval por falta de material e este ano não foi exceção... 
Comecei pelo Portovedo onde tenho as colmeias com maior produção, na esperança de as poder aliviar daquelas monstruosas  torres com magníficos quadros de mel... Foram intervenções demoradas, procurando organizar a distribuição da criação nas mesmas alças junto ao ninho e facultando o espaço à mestra que por esta altura de fartura tanto necessita para explodir em pleno...
Reservei três horas de campo para a recolha de trinta alças que centrifuguei e embidonei em pouco mais de três horas depois do jantar... Cumpri as melhores previsões e isso deixa-me com um sorriso de alegria!...

Mas!... ...

Mas... feitas as contas, estimo ter mais uma vintada de "tardes e finais de noite" semelhantes ao de ontem, não tão produtivas é claro... continuando com as contas: se o fizer uma vez por semana, que é quase quatro vezes por mês, começando agora em Março acabarei em final de Julho!

Cinco meses de intenso prazer apicola!!!...

Mas não será com estas contas concerteza!...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

As mínimas subiram

e o salgueiro explodiu!...


Se não estivesse atento ao salgueiro em flor elas logo me chamariam atenção pelo acréscimo de entradas em polén, facilitado pela subida de temperaturas, alterando por completo o panorama dos últimos meses!...
Duma semana para a outra, as colmeias passaram a ser pequenas e a explosão no interior das colmeias parece  generalizada...

Na região, as próximas três semanas, as semanas do salgueiro, são em regra, um período marcante no ano apícola, por ser provavelmente a época em que ocorrem os maiores aportes... mais farturinha de comidinha quer em polens quer em néctares. No ano que corre os néctares de eucalipto já estão em fase decrescente mas admito ainda poder estenderem-se os contributos por mais um mês.

Com o salgueiro também nasceram as minhas primeiras mestras que hoje me  ocuparam todo o dia  a distribuir pelos mininucleos orfanizados... uma canceira!


domingo, 12 de fevereiro de 2012

O frio não dá tréguas

E altera-me os planos...

Não é habitual tanto frio em fevereiro... e já lá vão quase quatro semanas de frio, com poucas horas de sol quente e de trabalho...
Abrir uma colmeia  ao final da manhã ainda provoca apreensão, ao sermos confrontados com as abelhas ainda acomodadas junto ao ninho, tendo abandonado as alças superiores quase por completo, temos que esperar pelo final da tarde para sentir o seu esvoaçar ou o bafo quente pelo postigo do caixilho de agasalho...

Hoje ao princípio da tarde sob um sol magnífico, nos matos sombrios do cabedelo passeava-se sobre densa camada de geada que deve ter dias e o ar era gélido, cortante, tem sido assim... E assim me fico sem grandes lavouras apicolas...

Contudo a semana passada iniciei em duas iniciadoras uma desesperada produção de mestras,  com receio pelo frio que corre... vamos ver se pelo nascimento terão melhor sorte com a meteorologia... Queria estar nesta altura com pelo menos uma centena delas nascidas... mas ainda não foi desta!...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O frio chegou

mais forte em Fevereiro...

Foi assim este fim de semana e na previsão a dez dias será para continuar, com as mínimas a baixar o zero...
No sábado, a desafiar o frio, na janela de sol do almoço, abri umas tantas para minha satisfação e confirmei o estado generalizado de retracção das abelhas para junto da criação, denunciando em alguns apiários a ocorrência de casos com pouca população para o volume disponível!

O frio vai segurando a pouca floração de eucalipto que falta abrir e até o choupo praticamente ainda não mostrou os botões, enquanto a acácia longifólia timidamente vai mostrando seus amarelos... Este atraso será bom mas o para arranca que o frio imprime ao trabalho das colmeias, deixa-me apreensivo... e prevejo grande incerteza para o mês de Fevereiro!


domingo, 22 de janeiro de 2012

Colheita de Inverno

A primeira volta!

Este fim de semana foi de lides apícolas...
Substituir quadros cheios de mel em ninhos atascados por quadros novos de cera estampada, armazena-los em ninhos, distribuir umas alcitas, reorganizar quadros e fazer o balanço da primeira volta, a colheita de inverno, e avaliar o estado explosivo das colmeias!...

Viver numa região onde a colheita de mel se inicia em período de inverno, é magnífico mas os maneios estão limitados às horas de sol quente, para não matar abelhas ou não as tornar agressivas... Esta limitação não me permitiu abrir muitas colmeias e tudo teve que ser feito a correr...
Acabo assim por ficar ansioso por ter muitas situações sem controle...

Globalmente a colheita de inverno foi muito boa e calculo que para a segunda volta as contribuições de eucalipto serão reduzidas...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Avanços e recuos

Com o fim á vista!

Todos os anos são imprevisiveis!
Este ano apicola tem corrido com poucas chuvas e algum frio, um inverno moderado, que levou ao amadurecimento rápido da flor do eucalipto que já começara a florir muito prematuramente, atingindo o auge no início de dezembro... estando já numa fase decrescente muito próxima do fim em disponibilidade de botões...

Em dezembro algumas semanas de frio que costumam ocorrer em janeiro, desaceleraram a explosão das colmeias e nos apiários onde ocorrem manifestações de varrôa ocorreu um retrocesso forte na expansão das colmeias. São afinal dois fatores naturais de controle da enxameação: a baixa de temperaturas e as epidemias de varrôa!...

E por estes atrasos eu não tive que tirar mel ainda no mês de Dezembro por falta de material, o que seria inédito, mas à cautela ainda fui comprar umas alcinhas à pressa... Também atrasei a produção prematura de mestras para a produção de enxames, esses sim, para o meu controle artificial da enxameação...

Os dias de grande colheita já não se registam há muito e estimo que o eucalipto não chegue ao  mês de Março o que é o mesmo que dizer que brevemente estou a programar a transumância...


sábado, 14 de janeiro de 2012

A casinha do apicultor

Imaginação ou sonho?!...

Bem pertinho de minha casa existem muitos apicultores, foi descobrindo com o tempo. Ilustres apicultores, de reconhecido mérito, autores de publicações de estudo e até de livros, com elevado empenho em movimentos associativos... Neste meu recomeço já não foi a tempo de privar de perto e partilhar as suas práticas. Costumo dizer que recomecei fora de época  e imagino que por aqui, à beira  mar, terá ocorrido uma época aurea de apicultores...


Vim para cá trabalhar há pouco mais de vinte anos e bem perto da casa que hoje habito existia um pequeno chalet de traça colonial americana, com mais de meio século de existência, camuflado entre árvores onde existiam também no grande jardim algumas colmeias, permanentemente com ar de abandono...
Na altura não tinha abelhas mas transportava  comigo desde a minha infância, o carinho por elas, e apelidei aquela casinha que me fascinava como a casinha do apicultor que eu nunca vira!...
Esta semana pediram no serviço para aquele local uma recolha de monos ao domicilio...
Fui ver...
À chegada uma grande fogueira no jardim ía desfazendo os ditos monos: colmeias e materiais apicolas deteriorados, pois os serviços tardavam  a chegar e era preciso ganhar tempo...    Todo o interior tinha sido vandalizado, material apicola sem fim destruido, com a marca do tempo ou com a marca dos homens que por diversas vezes terão assaltado a casinha de apicultor... fiquei a saber!...

Mas sem saber... quanto material destruido... e quanto conhecimento perdido!...

Visitas noturnas

guiado pelos sentidos...

No inverno quando saio do trabalho em regra já a noite caíu. A nostalgia invade-me pela ausência duma despedida, dum olhar, da constatação dum movimento...
Invariavelmente decido-me por uma visita a um ou dois dos apiários para as sentir...
Mergulhado na escuridão de lanterna na mão observo-as.

Ainda a caminho das colmeias, já fora do carro, as marcas dos pisos dos carros, as marcas dos sapatos, vão-me dando indicações de quem teve o privilégio de as ter visitado ou por perto passado, durante o dia...
Pelo calor do caixilho de agasalho avalio a quantidade de abelhas que trabalham na última alça; quando frio é motivo de preocupação.
Pelo bafo quente e húmido, ás vezes parecendo névoa, que sai pela entrada, avalio se a colheita de mel no dia foi expressiva.
O barulho da ventilação, a quantidade de abelhas próximas da entrada quer dizer o mesmo.
Os aromas à entrada do apiário ou o cheiro mais intenso junto desta ou daquela, distinguem os apiários e entre colmeias, as mais adiantadas e que mais colheram no dia.
Os cheiros a bulores ou a ceras velhas, são motivo de procupação.
Os resíduos da base da colmeia que vêm em cima da folha de cartolina, ceras roidas, excrementos de traças, varroas ou os excrementos de abelhas, são mais umas tantas indicações sanitárias...
Os ratinhos são mais numerosos junto das que mais cadáveres descartam. A presença de cadáveres roidos ou ainda inteiros é motivo de abertura urgente.


Hoje foi um dia de colheita, talvez por ter estado um pouco mais quente, a verdade é que a intensidade dos aromas na entrada do apiário eram muito superiores aos de ontem!...
Fico contente nestes dias!