sábado, 30 de novembro de 2013

Um ano muito diferente

e eu diferente!

Passam-se os meses sem que eu consiga acrescentar umas linhas neste sitio!...
Registar as aventuras e as desgraças do fim e dum início de uma temporada bem diferente do habitual.
Vou ficando diferente.
 
Na campanha que terminou, atingi sem dar por isso um número de colónias que não posso sustentar a um elevado nível de qualidade de desenvolvimento e competitividade... diz-se insustentável! Tenho somado por isso muita frustração, embora procurando empurrar a coisa pra frente conforme o tempo o permite.
 
A campanha que se inicia, tem sido excecionalmente diferente, infringindo elevado desgaste nas colónias.  A floração do eucalipto ainda muito pouco expressiva, leva talvez dois meses de atraso, prevendo-se que se prolongue para além do habitual, para meses com dias longos, esperando-se boas colheitas... Mas por hora a sua falta, associada a um mês de outubro de intensa chuva e vento e um mês de novembro de sol e muito frio,  tem sido fatal para as colónias em especial as que chegaram ao final do mês de Setembro mais débeis, seja por falta de reservas ou de abelhas.
 
A cada fim de semana, continuo a retirar-lhes material: a reduzir-lhes espaço e sacar-lhes quadros carregados de bolores...
Num ano habitual já tinha substituído as ceras dos ninhos e já carregava as colmeias de alças! Aqui e ali tomo medidas para não perder por ora mais uma colónia, ou definitivamente provoco-lhe o fim para diminuir a dor.
 
Mas a maioria fica mesmo entregue à natureza, a elas próprias, porque não vou poder passar por lá.
 
Ontem à tarde foi buscar as últimas à serra, encontrei-as agonizantes e vim de lá triste.
Toda a mudança foi tardia. As primeiras vieram no final de Setembro, antes da chuva, estão de um modo geral boas e a maioria só as consegui trazer há duas semanas.
Costumo programar o regresso das colmeias para o final de setembro, princípio de outubro, mas a chuva condiciona definitivamente o acesso ao apiário por estradão em terra batida que este ano só me permitiu acesso à maioria delas em Novembro.
 
 
 
 
 

sábado, 5 de outubro de 2013

O poder da chuva

na criação de vida!

 
Depois de um verão seco, foram quase quatro meses sem chover, finalmente a chuva  chegou no primeiro dia do Outono e caíu torrencialmente!... Uma semana depois as colmeias vivem uma azáfama irreconhecivel. Qualquer mãocheiinha de abelhas apresenta um movimento de polén magnífico e quando as abrimos deparamo-nos com o extraordinário aumento de criação!
 
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Verão é tempo de arrumação

e sofrimento

Este verão que muitos pretenderam profetizar como o mais frio do século, tem sido  provavelmente o mais quente das duas últimas décadas. Não chove à mais de dois meses e a temperatura máxima poucas vezes vem abaixo dos 30º. Os incêndios marcam a agenda diária pelos piores motivos.
 
Terminei a safra do mel logo depois do regresso de férias, tendo-se  confirmado o bom ano da serra e o desastroso ano no litoral. Isso fez-me gostar mais da serra e cair na tentação de projetar levar ainda mais colmeias para a serra no próximo ano... uma tolice completa!
Globalmente, em números, foram 10 bidons de 200 litros, um pouco menos que os anos passados. 
 
Daí para cá quase todos os dias tenho dado um tempinho à arrumação do material, nos apiários reduzindo volumes, redistribuindo reservas, removendo quadros vazios, sacudindo zanganeiras, alimentando núcleos, combatendo a varrôa; no armazém a embalagem de mel a fusão das ceras, a limpeza dos quadros a arrumação das  centenas de caixas... 
 
Há duas semanas foi ao Casal, (último apiário criado a caminho da serra), tirar o mel, as colmeias surpreenderam-me pela excecional quantidade de abelhas... É uma localização muito interessante para o Verão!

Globalmente quer o litoral quer a serra têm problemas de reservas e de falta de abelhas mas ainda a semana passada foi buscar uma vintada de núcleos à serra para lhes juntar umas mestras... não consigo parar!

Elas, ao seu geito também sofrem,  mantêm-se paradas!
 

sábado, 6 de julho de 2013

Com este calor

Elas estão melhores que eu...

O último mês começou fresco mas as últimas semanas têm sido muito quentes, com dias acima dos 35º, deixando-me de rastos. Até  me custa ir aos apiários  mas lá vou matando as saúdades entre os mais arborizados e as atividades foram quase suspensas.
As colmeias transbordam de abelhas,  umas mais atarefadas que outras na ventilação dos seus espaços, ficando-nos sempre as dúvidas se se vão ou se ficam...

No litoral o panorama continua preocupante, com diferenças entre apiários, dependendo dos contributos locais da flora.
Em meados de Junho ainda tirei algum mel arrumando os volumes desarrumados,  aumentado os espaços de expanção dos núcleos, sacudindo as macheadas e distribuindo alguma alimentação pelos mais atrasados.

Na serra decorrem contributos significativos na colheita do castanheiro, e sempre que lá vou substituindo quadros de ninho novos de cera estampada por quadros de ninho cheios de mel e polén que por ora armazeno em ninhos por cima das colmeias.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Dias quentes e trabalhosos

para ambos!

Estes primeiros dias de Junho quentes e calmos, têm sido de colheita de néctares  e elas desdobram-se mas muitos dos pequenos enxames sem um empurrão da alimentação não resistem...
No domingo e ao final da tarde depois do trabalho, também me tenho desdobrado a rever o estado dos núcleos e a alimenta~los, dando-lhes espaço para o crescimento...
 
Ontem quando cheguei à Mata estava um pequeno enxame agarrado ao tronco dum eucalipto, semelhante a uma pinha de pinheiro... era um enxame cheio de fome que desertara do seu mini núcleo, corri as caixinhas para confirmar a devoluta e ficar triste com a linda criação exibida... Enfim, lá recolhi  as abelhas que receberam outras tantas duma zanganeira e lá estão a aguardar o meu acompanhamento...
 
Crio os mini nucleos de quadros de meia alça ou de quadros de ninho, cosoante a necessidade e oportunidade do maneio... as operações destes dias são as transformações em nucleos de 5 quadros ou de enxames de 10 quadros em ninhos ou de 9 quadros em meias alças. Por falta de material vou fazendo os ninhos sobrepondo as meias alças... Mas já me falta o material...
 
 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Retomei a cresta

Mas não houve festa!

No último sábado pela manhã, aproveitando a paragem do vento que parece ter soprado todos os dias do mês de Maio, decidi reduzir o volume das colmeias, tirando umas alcitas de mel e redistribuindo os volumes. Fiquei impressionado com a fome generalizada e a expetativa de colheita foi frustrada...
 
Não me lembro de tamanha mingua num mês de Maio, fica-me uma ténue esperança para o mês de Junho e entretanto vou redistribuindo quadros de mel pelos enxames novos que já estão a ser alimentados desde o princípio de Maio!
 
À tarde fugi para a serra, com umas alcitas no carro e umas dezenas de quadros de ninho, para me deliciar... distribui as alcitas às mais necessitadas e troquei os quadros por cheios para não correr riscos de bloqueio dos ninhos e poder alimentar os enxames do litoral...
 
À noite foram centrifugadas as alças tiradas pela manhã...

Em Maio

Mais um apiário!

Este ano, ao contrário dos anteriores, as minhas visitas à serra têm sido mais frequentes e cada vez mais me encanta a apicultura na serra.
Também é verdade que este ano no litoral tudo tem sido tão mau que só apetece fugir  e  a serra, tem sido generosa este ano! A disponibilidade de água nos solos com alguns dias frescos e sem grandes ondas de calor, tem permitido excepcionalmente prolongar as florações para além do habitual!.
 
Este fim de semana ainda se podia observar a queiró, a giesta amarela, o rosmaninho, muito sargaço e muito eucalipto entre outras... uma comedoria imensa! As colmeias que lá chegaram até aos primeiros dias de Maio, têm uma expressiva colheita.
 
Avaliando o seu desempenho comparativamente com as que cá ficaram arrependo-me de não ter passado o mês de Maio a transportar abelhas...
 
Mas este ano consegui superar-me, dupliquei o número de colmeias transportadas e no último fim de semana de Maio ainda fundei um novo e pequeno apiário quando procurava uma zona fresca da serra e o destino me levou ao encontro do amigo  Zé Pedro. É um apiário experimental, de avaliação do comportamento das colmeias nos meses mais quentes, de Junho a Agosto. Visitei-as no sábado passado e o desempenho está a ser excelente.
 
Fica-me a tentação de fundar mais uns apiários na linha da serra...

domingo, 5 de maio de 2013

Os quinze dias mais intensos

da Campanha Apicola

Depois das últimas chuvas ocorreu a previsivel explosão  que na dimensão e forma me deixou absolutamente "à nora...", ficando-me a sensação de não perceber nada disto...
 
Tudo ocorreu do dia para a noite:
- apiários numa esteria a entrar em enxameação coletiva,
- durante uma semana tirei mel todos os dias, o equivalente a 20% das alças distribuidas, por falta de material. Ao final da tarde encontrava-me com o pai, enchia a carrinha e depois do jantar concluíamos a centrifugação.
- perdi a conta aos enxames recolhidos e pus a uso a totalidade dos quase 100 núcleos de 3 quadros e levei 51 colmeias à serra, estando algumas delas já ansiosas por mais espaço... terei que lhes levar alças até ao final da semana.

Mas esta explosão aqui no litoral foi como um suspiro de final de época, não se esperando por isso significativa inversão na previsão de uma colheita modesta.

Especial atenção vão merecer os pequenos núcleos e também os enxames que não terão muitas oportunidades de angariar reservas, sendo necessário dar-lhes uma ajudinha para chegarem a Julho com dimensão e reservas.

A serra dada a disponibilidade de água nos solos, vai prolongando as florações e promete continuar a entusiasmar-nos, dando-nos o gozo da colheita em tempo quente, para compensar o final de época do litoral. Só iniciei o transporte em 21 de Abril porque a explosão do litoral atrasou-me a preparação das colmeias, mas ainda esta manhã eu e o pai ficamos deslumbrados com o trabalho delas.

 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sempre que a chuva para

O caos parece instalar-se!

Nas nossas conversas do dia a dia não podemos fugir às habituais referências à crise em que a europa e o país mergulhou... nas minhas vivências apícolas, este ano mais que o habitual, não posso deixar de me referir ao clima.
 
Esta semana todos os dias choveu mas também ocorreram algumas abertas em regra com vento que me permitiram ao final da tarde distribuir algumas dezenas de alças às vezes incompletas, para refrescar os ânimos das colmeias com menos espaço.
 
De um modo geral as colmeias estão atascadas de abelhas, com grande explosão de criação, com pouco mel e quase ausências de nectares. No fim de semana passado apanhei alguns enxames e no Cabedelo e Mata cruzei-me com alguns mestreiros em várias colmeias que serão o centro das minhas atenções no fim de semana que será de subida de temperaturas.
 
Hoje ao final da tarde, perto das 18h00 ainda ocorriam saídas de zangãos e o movimento de nectares e polens era alucinante, medonho, para quem não está habituado a estas coisas!... Espero por isto há três meses!...
 
 
 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Estou tão farto!...

Ou será satisfeito?!...

Mesmo com frio e vento e às vezes com chuva, esta semana quase todos os finais do dia foram reservados às novas mestras...
Hoje, cheguei aos 22 núcleos e disse: nem mais um!
- Estou farto!
O pai, com ar cansado olhou-me resignado a adivinhar o que se seguiria e ía procurando os núcleos espalhados para confirmar se já chegavam...
Expliquei que já era tarde  e  não queria estragar a satisfação que a apicultura me dá...
 
 
 

domingo, 31 de março de 2013

Está a faltar o tempo

e tempo bom!...
 
A meteorologia enganou-me uma vez mais e esta semana foi das piores, chuva quase todos os dias e inundações generalizadas na sexta-feira santa. O mar também pregou partidas e deu-me trabalho toda a manhã de sábado, único dia da semana em que se viu a luz do sol e as abelhas em perfeita loucura.
 
Na sexta-feira, mesmo com chuva, já tarde dentro, dei um salto à serra para deixar as lembranças da época e avaliar as florações... não devia demorar mais de uma semana a ir para lá, mas ficarei já muito satisfeito se tiver tempo para as levar até 15 de Abril.
 
No sábado ao início da tarde, depois de terminadas as limpezas da marginal, passei pelo Sargaçal, antes do almoço que acabei por não ter...
Quando lá cheguei apanhei um enxame e passei revista às colmeias com dúvidas, mexi uns quadros, umas alças em especial nas colmeias com mais abelhas e confirmei a inevitável maluqueira da substituição de mestras  que os períodos longos de elevada humidade  e temperatura provocam...
 
Ao final da tarde sentei-me numa alça, abri o enxame e catei mestras sem fim, umas 24... fiz logo ali os enxames de fecundação que pude, antes do tempo ficar fechado e frio e as restantes guardei-as numa das colmeias orfãs do apiário para amanhã se houver tempo!...
 
Só hoje à tarde de baixo de intensa chuva, que voltou, pude visitar o Cabedelo que encontrei como previa, inundado!
Da última vez que isso aconteceu, há uns quatro anos, tive colmeias que ficaram com a entrada submersa, desta vez a água ficou só a 5 cm!
 
Na próxima sexta terei mais 24 núcleos de fecundação para fazer  e proceder à respetiva introdução... continuará a faltar tempo!
 
 
 

domingo, 17 de março de 2013

Boas notícias

ou talvez não...

É a primeira vez este ano que as previsões meteorológicas a 10 dias para a região não noticia a ocorrência de chuva... poderá ser um bom prenúncio!
 
Em boa verdade a época aqui termina com o eucalipto que terá muito pouco para dar mesmo com a prevista  melhoria de tempo. Mas o ano ainda me trará muitas emoções se o tempo não me faltar.
 
Hoje pela manhã andei quase duas horas na posição do corcunda, entre a verificação do estado das alças e debruçado sobre os núcleos que realizei no final da 2.ª quinzena de Fevereiro, a conferir a postura das novas mestras... nada mau, mas é urgente fornecer abelhas a algumas delas e alimenta-las! À tarde com o vento foi impossível abrir uma colmeia a sério e só fiquei pelo passeio... 
 
Uma preocupação, depois das minhas tardes de maneio tenho sentido um cansaço imenso, começo a desconfiar se aguentarei as crestas que se aproximam.
 
 

sábado, 9 de março de 2013

Devagar devagarinho

se vai enchendo o ninho!
 
O tempo continua instável, a chuva e o vento não nos deixam e o desenvolvimento dos colmeais tem sido lento... Nos dias 18 e 19 do mês de Fevereiro nasceram-me as primeiras mestras, fiz 25 núcleos mas o tempo tem sido tão mau, primeiro muito frio depois muita chuva e vento que até me tem custado verificar as suas posturas... de lá para cá parei com tudo, não aguento andar a hostilizar as abelhas com mau tempo. Este último mês em média tivemos 1 a 2 dias bons por semana o que é muito pouco quando é no mês de Fevereiro que se concentra a maior disponibilidade de floração.
 
Praticamente já distribui as últimas alças usadas e rezo para que as abelhas ainda as possam encher de mel, porque as florações mais importantes estão a terminar. Calculo portanto que não chegarei a dar uso ao investimento que fiz no final do ano passado ao adquirir mais 40% de alças para fazer face ao aumento de colmeias e ao previsivel aumento de produção.
 
 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Humidade alta

Preocupações máximas!

Associado a períodos prolongados de chuva, portanto de elevado teor de humidade ambiente, seja no Inverno ou na Primavera, ocorre sempre uma predisposição natural à enxameação e ou à substituição natural das raínhas.
 
Dito de outro modo, associado aos grandes teores de humidade ocorrem entradas ciclópicas de nectares e poléns que em regra provoca uma explosão da criação mas também leva ao bloqueio nas zonas de postura e consequentemente é predisposição para a substituição natural da raínha!
 
O ano passado em finais de Abril e Maio choveu quase sem parar durante um mês. Quando começou a chover, no litoral aguardava eu a conclusão da selagem dos favos de mel para proceder à previsivel demorada colheita e abastecer de alças as colmeias levadas para a serra em meados de Abril...
No litoral, mesmo com baixa desnsidade floral as raínhas dispararam a pôr, registaram-se saídas de enxames e substituições de mestras. Na serra, agravado com a falta de espaço que não chegou, foi um completo desastre!...
 
Estas últimas semanas tenho-me deparado com colmeias zanganeiras e inúmeras tentativas de substituição de mestras, colmeias com mestras a pôr com vários mestreiros formados e destruidos lateralmente!
Sempre com um fator comum: ninhos encravados de polén e néctares.

A instabilidade do inverno

tem tornado a apicultura desconcertante!...

A ocorrência de dias de temperaturas amenas e húmidos com grandes entradas de néctares e polens, interrompidos por dias frios, tem levado ao encravamento dos ninhos, à paragem  de postura das mestras e consequentemente à tentativa de substituição da mestra pelas abelhas.
 
Nesta altura do ano, em regra costumo trabalhar as colmeias ao nível das alças, criando progressivamente espaço para a subida das mestras às alças de nove quadros, organizando a arrumação dos quadros com mel para alças de oito quadros, mas o frio tem sistematicamente interrompido a subida explosiva às alças, deixando de ter a sua função de expansão do ninho.
A população das colmeias não cresce, ocorrem encravamentos frequentes nos ninhos, em alguns casos com redução da população... consequentemente quebra nas produções...
 
Voltei portanto aos ninhos, onde tudo se decide, substituindo dois a três quadros de mel e ou polén por quadros de cera estampada por forma a impedir a morte da raínha e permitir a (segunda) explosão primaveril que já virá atrasada.
 
Mas a ansiedade toma conta de mim pela incapacidade de poder acorrer a todas... porque para além do número de colmeias, também a  meteorologia nem sempre me deixa mexer-lhes.
 
 
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Passou Janeiro

Voltemos à apicultura!

O mês de Janeiro como eu temia, foi terrivel, frio e muita chuva, especialmente muita chuva... e também teve um fim de semana de extraordinários ventos, foi no sábado 19 em que por todos os lados caíram árvores e telhados.
 
Felizmente o temporal nos meus apiários não fez mais do que levantar umas tampas de colmeias, embora na Mata um eucalipto com cerca de 3 ton tenha caído encostadinho e alinhado com uma das fiadas das colmeias, deixando as três últimas da fila envolvidas pelas ramagens... deixando-me os acessos bloqueados ao carro.
 
Foram três semanas de profundo recolhimento em que até perdi o hábito de visitar as colmeias pela tristeza que me causava a sua dormência, vendo-as progressivamente desaparecer do topo das alças mais elevadas quando espreitava pelas colmeias que têm plástico cristal antes do caixilho.
 
Há duas semanas atrás foi visitar uma obra numa zona florestal e no decurso da reunião a uns 150m da obra sai-me da floresta  para o caminho um apicultor de avançada idade em  movimentos de alguma  dificuldade e aflição que me levaram a abandonar a reunião e a dirigir-me ao ancião rodeado de abelhas que também veio ao meu encontro solicitando-me que lhe matasse todas as vivas que se encontrassem dentro da máscara mal apertada. Foi a vontade de ajuda ao apicultor de avançada idade que já mal se move e o impulso e grande saúdade pelo toque das abelhas. 
 
Só hoje depois de três dias empatados,  voltei a sorrir ao sentir os aromas dos apiários, o bafo quente a  saír da colmeia, ouvir o zumbido da ventilação e sobretudo vê-las novamente regressar ao topo das alças.
 
Prevejo um fim de semana de grande trabalho, desencravar ninhos, distribuir alças, limpar ceras, acabar com umas tantas que não se desenvolvem e voltar à apicultura que aqui está a entrar nos derradeiros 2 meses da campanha.
 
O salgueiro está a rebentar,  ligeiramente temporão, a acácia longifólia está a dar os primeiros apontamentos, os matos pintam de amarelo os fundos e o eucalipto com produções de flor modestas vai concerteza prolongar-se até final de Março.