domingo, 17 de fevereiro de 2013

Humidade alta

Preocupações máximas!

Associado a períodos prolongados de chuva, portanto de elevado teor de humidade ambiente, seja no Inverno ou na Primavera, ocorre sempre uma predisposição natural à enxameação e ou à substituição natural das raínhas.
 
Dito de outro modo, associado aos grandes teores de humidade ocorrem entradas ciclópicas de nectares e poléns que em regra provoca uma explosão da criação mas também leva ao bloqueio nas zonas de postura e consequentemente é predisposição para a substituição natural da raínha!
 
O ano passado em finais de Abril e Maio choveu quase sem parar durante um mês. Quando começou a chover, no litoral aguardava eu a conclusão da selagem dos favos de mel para proceder à previsivel demorada colheita e abastecer de alças as colmeias levadas para a serra em meados de Abril...
No litoral, mesmo com baixa desnsidade floral as raínhas dispararam a pôr, registaram-se saídas de enxames e substituições de mestras. Na serra, agravado com a falta de espaço que não chegou, foi um completo desastre!...
 
Estas últimas semanas tenho-me deparado com colmeias zanganeiras e inúmeras tentativas de substituição de mestras, colmeias com mestras a pôr com vários mestreiros formados e destruidos lateralmente!
Sempre com um fator comum: ninhos encravados de polén e néctares.

A instabilidade do inverno

tem tornado a apicultura desconcertante!...

A ocorrência de dias de temperaturas amenas e húmidos com grandes entradas de néctares e polens, interrompidos por dias frios, tem levado ao encravamento dos ninhos, à paragem  de postura das mestras e consequentemente à tentativa de substituição da mestra pelas abelhas.
 
Nesta altura do ano, em regra costumo trabalhar as colmeias ao nível das alças, criando progressivamente espaço para a subida das mestras às alças de nove quadros, organizando a arrumação dos quadros com mel para alças de oito quadros, mas o frio tem sistematicamente interrompido a subida explosiva às alças, deixando de ter a sua função de expansão do ninho.
A população das colmeias não cresce, ocorrem encravamentos frequentes nos ninhos, em alguns casos com redução da população... consequentemente quebra nas produções...
 
Voltei portanto aos ninhos, onde tudo se decide, substituindo dois a três quadros de mel e ou polén por quadros de cera estampada por forma a impedir a morte da raínha e permitir a (segunda) explosão primaveril que já virá atrasada.
 
Mas a ansiedade toma conta de mim pela incapacidade de poder acorrer a todas... porque para além do número de colmeias, também a  meteorologia nem sempre me deixa mexer-lhes.
 
 
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Passou Janeiro

Voltemos à apicultura!

O mês de Janeiro como eu temia, foi terrivel, frio e muita chuva, especialmente muita chuva... e também teve um fim de semana de extraordinários ventos, foi no sábado 19 em que por todos os lados caíram árvores e telhados.
 
Felizmente o temporal nos meus apiários não fez mais do que levantar umas tampas de colmeias, embora na Mata um eucalipto com cerca de 3 ton tenha caído encostadinho e alinhado com uma das fiadas das colmeias, deixando as três últimas da fila envolvidas pelas ramagens... deixando-me os acessos bloqueados ao carro.
 
Foram três semanas de profundo recolhimento em que até perdi o hábito de visitar as colmeias pela tristeza que me causava a sua dormência, vendo-as progressivamente desaparecer do topo das alças mais elevadas quando espreitava pelas colmeias que têm plástico cristal antes do caixilho.
 
Há duas semanas atrás foi visitar uma obra numa zona florestal e no decurso da reunião a uns 150m da obra sai-me da floresta  para o caminho um apicultor de avançada idade em  movimentos de alguma  dificuldade e aflição que me levaram a abandonar a reunião e a dirigir-me ao ancião rodeado de abelhas que também veio ao meu encontro solicitando-me que lhe matasse todas as vivas que se encontrassem dentro da máscara mal apertada. Foi a vontade de ajuda ao apicultor de avançada idade que já mal se move e o impulso e grande saúdade pelo toque das abelhas. 
 
Só hoje depois de três dias empatados,  voltei a sorrir ao sentir os aromas dos apiários, o bafo quente a  saír da colmeia, ouvir o zumbido da ventilação e sobretudo vê-las novamente regressar ao topo das alças.
 
Prevejo um fim de semana de grande trabalho, desencravar ninhos, distribuir alças, limpar ceras, acabar com umas tantas que não se desenvolvem e voltar à apicultura que aqui está a entrar nos derradeiros 2 meses da campanha.
 
O salgueiro está a rebentar,  ligeiramente temporão, a acácia longifólia está a dar os primeiros apontamentos, os matos pintam de amarelo os fundos e o eucalipto com produções de flor modestas vai concerteza prolongar-se até final de Março.